Veja quem é quem na CPI do Golpe, e o que esperar da comissão

E lá vamos nós outra vez...

O Congresso instalou nesta quinta-feira (25), a CPMI do 8 de Janeiro, popularmente chamada de CPI do golpe. A comissão vai investigar a invasão e vandalismo ocorridos no início do anos contra as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Entre bate-bocas, interrupções e acusações, a primeira sessão o foi usada para eleger os cargos da mesa diretora (abaixo, a gente te conta quem é quem entre os eleitos).

As sessões da CMPI vão escancarar a polarização entre lulistas e bolsonaristas no Congresso. De um lado, a defesa de que houve uma tentativa de golpe em 8 de janeiro orquestrada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. De outro, a narrativa de que o integrantes do governo Lula (PT) foram omissos em relação às invasões em Brasília.

Mais do que novas provas e informações sobre o que aconteceu – trabalho que está sento feito pela Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal – a comissão deve virar uma arena de acusações mentirosas. Um verdadeiro circo midiático. Sair vencedor dele será vital para os dois lados.

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Se o lulismo "vencer", enfraquece ainda mais Bolsonaro e seus aliados. Mas se "perder" terá ainda mais dificuldades de encarar o primeiro – e já difícil – ano de governo, além de dar uma sobrevida no Congresso aos seguidores do bolsonarismo.

Veja quem vai comandar a CMPI do 8 de Janeiro.

A Presidência ficou com o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA):

Waldemir Barreto/Agência Senado

Considerado um parlamentar experiente, Arthur Maia está em seu quarto mandato na Câmara dos Deputados, e é ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Ele é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O partido de Arthur Maia, o União Brasil, se considera "independente", ou seja, não é base nem oposição ao governo.

Ao assumir a Presidência da CPMI, Arthur Maia disse: "Não é razoável que não tenhamos vivido aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro, com a invasão da sede dos Três Poderes e aqui a essa Casa, ao Supremo Tribunal Federal, ao Palácio do Planalto, e nada disso seja investigado por esta própria Casa. Sabemos que há uma narrativa de que tudo que aconteceu está envolvido em uma orquestração maior de um possível golpe para interromper a democracia no Brasil. Isso tem que ser investigado, isso não pode passar em branco".

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A relatoria ficou com a senadora Eliziane Gama (PSD-MA):

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Começou na carreira política em 2006, como deputada estadual, cargo no qual se manteve até 2014, quando foi eleita para a Câmara dos Deputados. É senadora desde 2019. Evangélica, Eliziane Gama declarou voto a Lula nas últimas eleições. Parte da base do governo, a senadora é próxima ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que deve ser convocado a depor à comissão.

Em 2022, Eliziane Gama foi uma das parlamentares de maior destaque durante a CPI da Covid. Agora, na CPMI do golpe, ela será a única mulher na mesa do colegiado. Nesta manhã, no início dos trabalhos, a senadora reclamou das vezes (quatro) em que teve sua fala desrespeitada e interrompida por outros parlamentares. "Mulheres são duas vezes mais interrompidas. Essa prática nós mulheres acompanhamos todo dia. Como dizia, é uma honra muito grande".

O senador Cid Gomes (PDT-CE) ficou com a 1ª vice-presidência:

Roque de Sá/Agência Senado

Cid Gomes já foi deputado estadual, prefeito, governador e, desde 2019, é senador. Assim como o irmão Ciro Gomes, Cid esteve no palanque ao lado de Lula (PT) durante muitos anos, mas nos últimos tempos se coloca como crítico ao governo petista.

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O senador Magno Malta (PL-ES) ficou com a 2ª vice-presidência.

Jefferson Rudy/Agência Senado

Formado em Teologia, o senador Magno Malta é aliado de Bolsonaro e presidiu a CPI da Pedofilia em 2009. O parlamentar ingressou na carreira política em 1992 e, antes de chegar ao Senado, foi vereador e deputado federal. Em 2018, após não se reeleger como senador, Magno Malta era cotado para ser ministro no governo Bolsonaro, mas foi descartado.

Na última terça (23), Magno Malta criticou a repercussão do caso de racismo contra Vinicius Jr. e disse que emissoras de TV ficam "revitimizando" o jogador "porque o assunto dá ibope". Na sequência, ele disse: "Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco? O macaco está exposto, veja quanta hipocrisia. E o macaco é inteligente, é bem pertinho do homem, a única diferença é o rabo. Tudo que você pode imaginar ele tem".

Abaixo, a lista dos senadores e deputados titulares da CPMI do Golpe:

Senadores

Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); Marcelo Castro (MDB-PI); Soraya Thronicke (União-MS); Davi Alcolumbre (União-AP); Marcos do Val (Podemos-ES); Cid Gomes (PDT-CE); Eliziane Gama (PSD-MA); Omar Aziz (PSD-AM); Otto Alencar (PSD-BA); Fabiano Contarato (PT-ES); Rogério Carvalho (PT-SE); Ana Paula Lobato (PSB-MA); Eduardo Girão (Novo-CE); Magno Malta (PL-ES); Esperidião Amin (PP-SC); e Damares Alves (Republicanos-DF)

Deputados

Arthur Maia (União-BA); Duarte (PSB-MA); Amanda Gentil (PP-MA); Carlos Sampaio (PSDB-SP); Duda Salabert (PDT-MG); Paulo Magalhães (PSD-BA); Rafael Brito (MDB-AL); Aluisio Mendes (Republicanos-MA); Rodrigo Gambale (Podemos-SP); André Fernandes (PL-CE); Delegado Ramagem (PL-RJ); Filipe Barros (PL-PR); Rubens Pereira Júnior (PT-MA); Rogério Correia (PT-MG); Jandira Feghali (PCdoB-RJ); e Erika Hilton (PSOL-SP).

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