Posamos como as modelos das capas da "Sports Illustrated" e foi incrível

Após anos admirando as modelos na capa de Sports Illustrated, decidimos nos transformar nelas.

Confira o vídeo de nossa experiência aqui:

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Sports Illustrated / Macey J. Foronda for BuzzFeed

Quando eu era pequena, sempre achei as modelos da Sports Illustrated lindas e meio que as idolatrava.* E quando Ashley Graham esteve em uma das capas deste ano, realmente aceitei o que significava para mulheres acima do manequim 44. Pela primeira vez, alguém que tinha por volta do meu tamanho não era a companheira engraçada e atrevida da mulher principal. Éramos a estrela do show — e éramos sensuais.

* Normalmente esta é a parte onde você diz, "Bem, não as idolatre e pare de reclamar!" e é aí que digo: "Foda-se. Tente não ser influenciado por padrões de beleza durante uma idade impressionável".

Quando resolvemos fazer isso, eu tinha expectativas muito baixas. Sessões de fotos na praia são difíceis — pronto, falei. Tem sol demais, areia por todos os lados, as poses não são boas. Modelos de biquíni: muito respeito, na moral. Isso pode ser chocante, mas eu sei que não sou nenhuma Kate Upton. Então, quando vi minha foto, acho que fiquei agradavelmente surpresa. Normalmente uso macacões ou calças de cintura alta, por conta das minhas estrias, mas lá estava eu, brilhando ao sol e Eu. Não. Estava. Nem. Aí. Além disso, meus seios pareciam estar desafiando a gravidade, quando normalmente eles destroem os sutiãs dos biquínis como se fossem Meryl Streep com indicações ao Oscar.

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Sports Illustrated/ Macey J. Foronda for BuzzFeed

Quando eu era criança, nunca me vi representada em revistas, quanto mais em suas capas. A primeira modelo ásio-americana ~notável~ que vi em uma revista foi Jarah Mariano (ela posou para Victoria's Secret e, coincidentemente, também para Sports Illustrated). Ainda consigo me lembrar vividamente daquele momento: a Susan adolescente, nerd e sem peitos, pensando "ISSO, PORRA! NÓS EXISTIMOS! OBRIGADA POR RECONHECER QUE ASIÁTICAS PODEM SER GOSTOSAS". Porque até aquele momento, ninguém nunca havia me dito que asiáticas poderiam ser gostosas.

Durante a sessão, fiquei surpresa quando acabou sendo muito mais difícil do que eu esperava. Tive que posicionar minhas pernas em direção ao mar (que estava congelando) sem desviar o olhar da câmera. Me disseram para NÃO sorrir, o que, para mim, é muito fácil de fazer em qualquer outro dia. 🔪🔪 Eram muitas pessoas me dando orientações e me olhando, coisa com a qual não estou acostumada! Mas me senti muito bem comigo mesma, não vou mentir. Quando vi minha foto final pela primeira vez, meu primeiro pensamento foi: Vou só mandar isso aqui para o meu ex, rapidinho. Sei lá. Me senti bem. Eu fiquei bonita. 💅

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Sports Illustrated / Macey J. Foronda for BuzzFeed

As edições de moda praia da Sports Illustrated sempre foram meu vício. Eu as via nas prateleiras em lojas e dava uma olhada enquanto minha mãe fazia as compras de mercado. Sempre quis parecer com as modelos que vejo nas capas de revistas. Não apenas por seus tipos físicos — que são incríveis — mas pela confiança. Queria usar um biquíni e sorrir como elas sorriam. Sempre fui insegura — quem nunca foi? — mas ficou pior recentemente, por conta de alguns problemas de saúde crônicos.

Eu não estava empolgada com essa sessão de fotos porque perdi muito peso recentemente por conta da doença, e quando olhei no espelho no dia da sessão, tudo que vi foi um palito sem curvas. Acho que às vezes as pessoas deduzem que certos tipos físicos são imunes a problemas de autoestima, e isso simplesmente não existe. Ninguém é imune a problemas de autoestima. Após ver minha foto, fiquei agradavelmente surpresa. Não costumo ver fotos minhas em um biquíni e querer comemorar, em vez de criticar. Mas tudo que quero fazer com essa foto é celebrá-la... porque eu estou tão linda. Talvez a emoldure e pendure em minha casa. 🔥

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Sports Illustrated/ Macey J. Foronda for BuzzFeed

Se você colocar um monte das modelos da Sports Illustrated que têm a mesma cor de cabelo em uma fila, acho que não conseguiria distingui-las. É como se houvesse essa bizarra crença silenciosa de que todas as pessoas que se atraem por mulheres, são atraídas pelo mesmo tipo de mulher. E por esse tipo de mulher bonita ser TÃO onipresente na mídia, acho que é muito fácil se tornar insensível a isso. O que é tão estranho! Essas mulheres representam uma parcela tão pequena de como todas as mulheres são, como poderiam ser tão comuns?

Quando vi minha foto final, meu cérebro gritava que eu parecia uma boneca deixada para derreter no carro. O formato do meu corpo faz com que essa pose seja muito desfavorável para mim e eu não me sinto confortável com a quantidade de apelo sexual que ela tem. Eu honestamente fiquei chocada com o quão difícil foi não ser consumida pela culpa e pelo medo, o que me fez imaginar quantas mulheres se sentiram assim por causa de uma foto.

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Sports Illustrated / Macey J. Foronda for BuzzFeed

Quando decidimos fazer essas fotos, pensei nas capas da Sports Illustrated de moda praia como uma edição anual com mulheres maravilhosas, com corpos atléticos e sensuais, lindas em uma praia tropical. Assim como todas gostamos de pensar que somos nas férias de verão — mas sem os estilistas, designers e equipe de filmagem necessários para fazer com que fiquemos incríveis! Por ser uma mulher paraplégica, eu definitivamente não me vejo representada em uma capa da Sports Illustrated, mas por outro lado, não me vejo representada em nenhuma capa.

Durante a sessão, me diverti muito com todas as garotas — sério, todo mundo deveria fazer isso. O dia foi repleto de risadas intercaladas com poses de beicinhos e tentativas de cobrir nossos peitos e bundas! E por não ter força em meus músculos abdominais, a pose, na verdade, foi bem difícil de fazer. Quando vi minha foto pela primeira vez, me senti empoderada. É uma imagem forte, minha deficiência está na frente e centralizada.

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Sports Illustrated / Macey J. Foronda for BuzzFeed

Não acho que algum dia eu tenha me visto totalmente representada nas capas das edições de moda praia da Sports Illustrated. Apenas algumas mulheres negras apareceram nessas capas e todas tendem a ter um tipo físico muito similar: seios grandes e barrigas lisas. Normalmente, isso me faz sentir como se tivesse que malhar mais, já que claramente este é o único tipo físico ideal, pois é o único que é mostrado.

Ao seguir para a sessão, me senti muito insegura sobre as pessoas me vendo em um biquíni minúsculo e fiquei muito preocupada com meu mamilo acabar aparecendo. Mas não importa quantas temporadas de America's Next Top Model eu tenha assistido, não acho que consegui aperfeiçoar a técnica de sorrir com os olhos. Quando vi minha foto pela primeira vez, fiquei um pouco decepcionada. Não posso dizer que amei, pois na minha mente, tudo que vejo é Tyra Banks e sua barriga lisinha e suas curvas perfeitas. Tudo que vejo na minha foto são meus seios grandes, que não são tão bonitos. Acho que se eu visse essa foto por si só, sem usar a Tyra como contexto, conseguiria acreditar que sou sexy. Sei que não deveria me sentir assim — mas me sinto.

SHERIDAN: Eu estava em uma aula de spinning outro dia (sim, mulheres plus-size também se exercitam, loucura né, eu sei!) e vi outra mulher plus-size tirar a camiseta para a aula. Vi essa mulher incrivelmente confiante pedalando na primeira fila, toda fodona, e isso me inspirou a tirar minha camiseta pela primeira vez. A representatividade significa muito para as mulheres em todos os lugares. Quando vemos uma imagem que de alguma forma nos representa, isso nos dá confiança e determinação para viver uma vida onde não odiamos nossos corpos. Sentimos orgulho de nós mesmas, coisas incríveis podem acontecer, portanto tudo que espero é que a Sports Illustrated continue a colocar mulheres diversificadas — de todas as cores formas e tamanhos — na capa, para mostrar que a beleza não é um ideal. Somos todas dignas da capa.

SUSAN:A experiência foi super agradável e divertida, mas também foi instigante. Não percebi isso até após a sessão de fotos, mas quando você não se vê representada nas revistas, o que elas realmente estão dizendo é "Você não existe", ou "Você não importa". E isso pode ser MUITO prejudicial para garotas jovens. Toda mulher merece reconhecimento e compreensão de que ela importa. A falta de representação, além da pressão para ser "bonita" e magra mas também ter curvas em todos os lugares certos? Blehhhh. É um milagre que eu tenha sobrevivido estes anos angustiantes da adolescência.

LARA: Em geral, essa experiência foi incrível. Estar cercada de mulheres lindas e fortes e exibir um corpo que levou anos para me orgulhar, foi como uma experiência religiosa. Tenho certeza que haverá novamente um momento em minha vida em que eu não estarei tão feliz com a aparência do meu corpo — mas no fim, aprendi que não se trata da minha aparência, e sim de como me sinto. E me sinto totalmente incrível.

KRISTIN: Essa experiência foi de abrir os olhos. Acho que esquecemos quão altos são os desafios para QUALQUER mulher fotografada em uma pose sexualmente sugestiva — mesmo que elas tenham corpos perfeitos. Uma foto que poderia estar na capa da revista, poderia ser motivo para outra mulher ser demitida de seu emprego. E quando o sol finalmente explodir e devorar a Terra, não acredito que vamos querer morrer como uma espécie que fez com que as pessoas se sentiram mal por conta de fotos de biquíni — portanto, não vamos ser assim uns com os outros.

SHANNON: Eu sou paraplégica desde um acidente que ocorreu há 25 anos, e tive que aprender a aceitar meu novo corpo. Tive que aceitar que nenhum tipo de dieta, exercício ou cirurgia plástica pode restaurar o tônus muscular que desapareceu. Em um dia bom, celebro meu corpo por todas as coisas incríveis que ele fez por mim, principalmente por ele permitir que eu seja independente. Desde quando quebrei minha perna ano passado e me tornei muito dependente dos outros por seis meses, valorizo isso ainda mais. Não, nunca terei um tanquinho tonificado ou panturrilhas sensuais, mas foda-se. É meu corpo e ele me serviu muito bem sob algumas circunstâncias seriamente desafiadoras!

NINA: No geral, essa experiência me abriu bem os olhos sobre o quão mal eu me sentia por exibir meu corpo, praticamente sem motivo nenhum. No fim, as capas de moda praia da Sports Illustrated não estão vendendo esportes, saúde ou nem mesmo atletas, na maior parte do tempo. Estão vendendo sexo e mulheres sensuais. Mas por que sua ideia de sensualidade cobre apenas um tipo físico e de pele muito específicos? Gostaria de viver em um mundo onde instituições como Sports Illustrated pudessem considerar TODAS nós como sensuais, porque NÓS SOMOS! Tudo que você realmente precisa para ser gostosa é um biquíni, um pouco de óleo para o corpo e confiança.

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Macey J. Foronda for BuzzFeed

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