Os repetidos ataques do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) às instituições brasileiras, suas autoridades e às urnas eletrônicas acende cada vez mais o alerta para o risco iminente de que nossa democracia esteja sob ameaça.


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Sobretudo com a aproximação da campanha eleitoral e com a possibilidade de Bolsonaro perder a eleição para seu principal antagonista, o ex-presidente Lula (PT).


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A menos de dois meses para o primeiro turno, Lula lidera todas as pesquisas eleitorais com ampla vantagem. Bolsonaro aparece na segunda posição.
Para reforçar o compromisso e a tradição do País com o Estado Democrático de Direito, nesta quinta-feira (11), manifestos a favor da democracia serão lidos na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo.


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A escolha do dia 11 de agosto para este evento não se deu por acaso. Foi nesta mesma data, em 1827, que Dom Pedro I decretou a instalação dos cursos jurídicos no Brasil.


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Antes disso, a elite intelectual brasileira quase sempre ia à Europa para estudar. A criação dos cursos no Brasil ajudou também na separação e diminuição da dependência entre Brasil e Portugal.
O ato de hoje, que deve reunir milhares de pessoas no Largo São Francisco, onde está localizada a Faculdade de Direito da USP, repete a noite de 8 de agosto de 1977.


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Há 45 anos, em plena ditadura militar, o professor Goffredo Telles Junior fez a leitura da "Carta aos Brasileiros" a cerca de mil pessoas. O ato entrou para a história como um dos marcos na luta pela redemocratização do País e inspirou diretamente o evento de hoje.


Hélio Campos Mello/Site Goffredo Telles Junior
"Aprendemos definitivamente que, fora do Estado de Direito, o referido binômio pode não passar de uma cilada. Fora do Estado de Direito, a Segurança, com seus órgãos de terror, é o caminho da tortura e do aviltamento humano; e o Desenvolvimento, com o malabarismo de seus cálculos, a preparação para o descalabro econômico, para a miséria e a ruína.
Não nos deixaremos seduzir pelo canto das sereias de quaisquer Estados de Fato, que apregoam a necessidade de Segurança e Desenvolvimento, com o objetivo de conferir legitimidade a seus atos de Força, violadores frequentes da Ordem Constitucional", diz trecho da carta de 1977.