Precisamos falar sobre pobreza menstrual
No Brasil, há quem recorra até mesmo a miolo de pão como absorvente.
Miolo de pão, panos usados e jornal. Muitas pessoas que menstruam recorrem a esse tipo de improvisação para conter o sangramento menstrual. Para debater o assunto e cobrar o poder público, é celebrado nesta sexta (28) o Dia Internacional da Dignidade Menstrual.
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Talvez você já tenha ouvido falar no termo "pobreza menstrual", que significa falta de acesso a recursos básicos, infraestrutura e até conhecimento para cuidados envolvendo a própria menstruação.
No Brasil, quatro milhões de meninas não têm acesso a recursos mínimos de higiene nas escolas, como sabonetes, absorventes e até mesmo a falta de banheiros.
Mohamad Faizal Ramli / EyeEm
Ou seja, além disso tudo ter impacto na autoestima e no relacionamento com familiares e amigos, essas meninas ainda correm o risco de abandonar os estudos.
Uma em cada quatro jovens já faltou a aula por não poder comprar absorvente, segundo o Levantamento Nacional Inédito, da marca Always, realizado pela Toluna e analisado pela antropóloga Mirian Goldenberg, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Uma família pobre tende a priorizar a alimentação, dedicando uma parcela muito pequena do orçamento aos itens de higiene íntima. E, de acordo com o relátorio Pobreza Menstrual no Brasil, lançado nesta quinta pelo UNFPA e pela UNICEF, uma menina negra tem 3 vezes mais chance de não ter banheiro em casa se comparada a uma menina branca.
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