Agências criam iniciativa para trazer mais representatividade LGBTQIA+ para a publicidade

O Observatório da Diversidade busca realizar ações efetivas para a comunidade dentro do universo da comunicação.

Hoje, 28 de junho, é o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Como acontece todo ano, desde o início do mês nós estamos vendo marcas e empresas colocarem a bandeira do movimento em seus perfis nas redes sociais. Muito bem, mas será que esta simples ação traz alguma melhora efetiva para a vida das pessoas que são vítimas de políticas discriminatórias todos os dias?

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É claro que o apoio de marcas e empresas nesta luta é muito bem-vindo, mas ele precisa ser feito de uma forma que cause impactos positivos para a comunidade LGBTQIA+. Afinal, de que adianta uma empresa colocar a bandeirinha do movimento no perfil quando o seu quadro de funcionários é formado majoritariamente por pessoas cisgênero e heterossexuais?

Foi pensando nesta questão que um grupo de agências lançou a iniciativa Observatório da Diversidade, que visa garantir que a comunidade LGBTQIA+ seja representada e respeitada dentro do universo da publicidade e da comunicação.

A ideia de criar o Observatório surgiu por causa do PL 504, de autoria da deputada Marta Costa (PSD). O projeto representa um grande retrocesso para as conquistas das pessoas LGBTQIA+ e, entre outros absurdos, o texto afirma que inserir LGBTs em comerciais e propagandas traz "desconforto emocional a inúmeras famílias".

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Na lista das fundadoras do Observatório da Diversidade estão as agências Soko, CuboCC, MOOC, AKQA, Dentsu International Brasil, Gana, Grey, Mutato, Publicis e New Vegas. Quem está à frente da iniciativa é Gabriel Nobre, comunicador, artista e ativista LGBTQIA+. Em entrevista ao Meio & Mensagem, Gabriel afirma que ideia surgiu por causa da necessidade de "entender que essa conversa precisa ser mais pública, tem que ser do mercado e não de uma agência ou de outra”.

Ainda de acordo com o veículo, as agências fundadoras do Observatório da Diversidade devem se reunir para validar um plano de ação e aprovar metas. Por enquanto, a iniciativa apresenta três prioridades: criar um banco de dados sobre a comunidade LGBTQIA+ dentro da indústria da comunicação, incentivar que empresas do ramo passem a contratar mais pessoas que fazem parte da comunidade e premiar as agências que apresentarem as melhores práticas e resultados em relação à diversidade.

A comunidade LGBTQIA+ ainda tem um longo caminho a percorrer para firmar seus espaços nas mais diversas áreas do mercado. Por isso é tão importante que marcas e empresas usem suas plataformas para realizar e cobrar mudanças efetivas e, principalmente, para dar visibilidade para as pessoas mais vulneráveis dentro da comunidade.

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