O que vem depois dos 30

Uma reflexão sobre a idade que marca uma virada para muita gente.

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Depois dos 30, você finalmente e definitivamente para de se importar. 

Todas aquelas manobras e traquejos que você usou até seus 20 e poucos anos e que nunca fizeram parte da sua essência de forma genuína perdem o significado. Escudos e espadas que você empunhou sem pestanejar para que te aceitassem, ouvissem ou apenas considerassem. Que bobagem.

Depois dos 30, você tem preguiça. 

Preguiça de viver pros outros, à margem da expectativa alheia, e realizar o sonho dos seus pais nunca fez menos sentido. Você se dá conta de que o tempo é implacável, não para e não espera por ninguém. Algo que sempre te disseram, mas ao seu ver, eles eram velhos demais para estarem certos. 

Depois dos 30, você quer teto, geladeira cheia e contas pagas.

E, se não for pedir muito, alguém para desfrutar a parceria de uma relação adulta, saudável e honesta. Você quer desacelerar, ficar em silêncio e reassumir as rédeas da sua própria cabeça. 

Depois dos 30, você percebe que o caminho tomado nem sempre é o que fora imaginado.

Mas muitas vezes é o que mais se aproxima de um caminho ideal. “A vida é o que acontece enquanto você está ocupado fazendo outros planos”, e você aprende a saborear o percurso sem a ânsia de um apocalipse iminente. Esse, inclusive, seria a menor das suas preocupações.

Falando nisso, depois dos 30, você se dá conta da mortalidade que existe na vida.

Por mais boicotada que ela tenha sido até aqui. Promessas, sonhos, objetos morreram. Pessoas, bichos, relacionamentos morreram. Momentos felizes, tristes e até os momentos eternos morreram. O que se foi deu lugar ao novo.

Depois dos 30, você entende que tudo é parte essencial de quem você é hoje, e que términos de ciclos não precisam significar o seu próprio fim. 

Muito poderia ter sido evitado? Com toda certeza. Mas ainda assim, nada foi em vão. 

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