O que o clipe do MC Doguinha pode nos dizer sobre adultização de crianças

Ela não é prejudicial APENAS para meninas, mas para TODA criança.

Este é o MC Doguinha, ele tem apenas 12 anos.

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Se você nunca ouviu falar dele, é importante que saiba que no dia 25 de outubro deste ano ele divulgou o clipe da música "Vem e Brota Aqui na Base", que já tem quase 6 milhões de visualizações no YouTube.

Outro dado relevante é que ele já fazia sucesso antes mesmo do clipe ser lançado e lotava casas de show.

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Porém, a letra da música parece um pouco inapropriada para um garoto de APENAS 12 anos.

Reprodução / Letras / Via letras.mus.br

No clipe, o Doguinha assume a postura de um homem adulto. Ostenta um carro luxuoso, mansão, cordão de ouro, "admira" e interage com mulheres muito mais velhas.

Reprodução / YouTube

Não há nada de novo no clipe, a única coisa que parece não encaixar é um garoto de 12 anos neste contexto.

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O sucesso do clipe e a forma naturalizada que boa parte do público tem reagido chamou a atenção de algumas pessoas.

      

Meninos cantando sobre sexo e putaria não é novidade. MC Pikachu, Brinquedo e Pedrinho, com a mesma idade do Doguinha, cantavam músicas parecidas.

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Eles tinham até um apelido: "MC's Proibidinhos".

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Por outro lado, na mesma época, a MC Melody gerou grande comoção e revolta por se apresentar e cantar de modo erotizado.

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O Ministério Público abriu um processo para investigar todos eles, porém, o debate ficou centralizado na MC Melody.

Então fica a questão: por que achamos normal que meninos cantem sobre sexo e só nos mobilizamos quando se trata de meninas?

Reprodução / LadoBi Uol / Via ladobi.uol.com.br

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Erotização e adultização infantil não é prejudicial APENAS para meninas.

Drbimages / Getty Images

O problema jamais será falar sobre sexo com crianças, mas sim o MODO como isso é feito. E crianças cantando músicas que fazem apologia a violência sexual, como era o caso do MC Brinquedo, não parece ser o melhor caminho.

Reprodução / letras

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Meninos, quando adultizados e erotizados, também podem se tornar potenciais vítimas de violência sexual.

Ou potenciais agressores.

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