O que é o Marco Legal dos Jogos e no que isso te afeta?

Você que joga videogame deveria saber!

Você já ouviu falar no Marco Legal dos jogos? Se você é consumidor de Videogames deveria saber do que se trata, pois isso pode influenciar diretamente a indústria nacional de jogos e, claro, o seu bolso.

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Estamos falando do PL 2796/2021 de autoria do Deputado Kim Kataguiri (UNIÃO – SP). A proposta do texto original consistia basicamente em regulamentar a fabricação, importação, comercialização e desenvolvimento de jogos eletrônicos no Brasil, com um especial destaque para a distinção entre jogos eletrônicos e jogos de aposta. Além disso o texto contou com uma forte campanha por parte de seus idealizadores na redução de impostos dos videogames, uma vez que passariam a receber a mesma tributação de produtos de informática. Você pode acessar o texto original clicando AQUI.

Apesar de se tratar de um projeto raso e deficiente no que diz respeito a indústria nacional de jogos, o PL conseguiu sua aprovação em outubro de 2022, fazendo assim com que o texto fosse direcionado ao Senado, onde passou a ter a relatoria do Senador Irajá (PSD – TO). A partir dessa relatoria, muitos elementos foram acrescentados ao projeto inicial, mas isso não quer dizer que tivemos reais melhorias na proposta (acesse o texto modificado clicando AQUI).

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O texto passou a inserir uma nova modalidade de jogos no âmbito da regulamentação, são os chamados “Fantasy Games”.

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Segundo a definição que consta no documento oficial, “consideram-se jogos de fantasia as disputas ocorridas em ambiente virtual, a partir do desempenho de atletas em eventos esportivos reais”. Apesar da explicação oferecida no PL, a grande questão que se levanta diante desses Fantasy Games é se não se encaixariam na modalidade Jogos de Azar.

Para Henrique Sampaio, jornalista criador do podcast documental “Primeiro Contato”, esses ditos “Fantasy Games” são algo totalmente alheio à indústria de jogos. “Como jornalista de games há 18 anos, eu nunca tinha ouvido falar em 'fantasy games'. Eles não são videogames. Nunca estiveram presente em eventos de games e nunca foram cobertos por sites ou revistas de games".

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"'Fantasy games', ou 'fantasy sports', ao menos com esse nome, são uma categoria nova de aposta baseada em parâmetros de partidas esportivas do mundo real, como o Cartola FC ou Rei do Pitaco. Envolve colocar um montante de dinheiro em uma plataforma digital, e caso sua previsão se concretize, você recebe um prêmio. Caso contrário, você perde seu dinheiro. Ou seja, aposta, com todos os conhecidos malefícios que esse tipo de atividade possui, mas apenas com um nome e aparência mais 'modernos'. Não à toa, pessoas ligadas à indústria de fantasy games participam de eventos do mercado de apostas como palestrantes. Nunca vimos essas mesmas pessoas em eventos de games brasileiros, como BIG ou BGS (e nem gostaríamos de ver)”

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A grande pergunta é: Qual seria um caminho ideal para esse PL ou para futuras propostas para o setor de jogos nacionais? Segundo Henrique Sampaio: “É preciso que os fantasy games sejam completamente retirados da pauta, uma vez que eles não possuem nenhuma relação com a indústria de videogames. Se o objetivo do projeto de lei é regulamentar e desenvolver a indústria de videogames brasileira, o texto do Marco Legal dos Games deve refletir suas demandas e, portanto, ser escrito em parceria com as associações brasileiras de desenvolvedores de videogames e não com associações e empresas de apostas”.

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A regulamentação do setor pode trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento de jogos nacionais, tais como melhores condições de trabalho para os profissionais da área, geração de emprego e aumento no número de desenvolvedoras.

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Além, claro, de benefícios diretos para nós, consumidores, como acesso a produtos de qualidade com valores mais acessíveis.

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