Como é a vida do povo afropalestino

Uma comunidade com características únicas, conhecida pelo forte envolvimento com a causa da libertação palestina.

Hai al-Afaarika é o nome dado ao bairro de Jerusalém onde vivem os palestinos negros. Eles têm características únicas, com fortes raízes em sua ancestralidade africana e na identidade palestina, e esta comunidade é considerada a mais atingida pela ocupação israelense.

Jovem negro palestino sorri para a foto. Ele usa camiseta amarela e lenços cobrindo sua cabeça
Jovem negro palestino sorri para a foto. Ele usa camiseta amarela e lenços cobrindo sua cabeça

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O bairro fica preso entre dois postos de controle social e seu acesso é controlado pela polícia, que só permite a entrada dos próprios moradores. Os membros dessa comunidade negra são fortes defensores da causa nacional palestina e boa parte deles já estiveram em prisões israelenses por envolvimento em protestos contra a ocupação.

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Fatima Bernawi, de ascendência nigeriana, foi a primeira mulher palestina a virar prisioneira política ao ser detida pelas forças policiais israelenses em 1968. Ela passou dez anos na prisão e foi deportada, mas retornou à Palestina e se tornou a mulher do mais alto posto de comando da corporação policial do grupo de libertação Fatah, décadas depois.

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Ali Jidah, um patriarca da comunidade, passou 17 anos na prisão por sua luta na Frente Popular para a Libertação da Palestina. Segundo ele, os afropalestinos sofrem racismo tanto por serem negros como por serem palestinos.

“Todos os dias corremos o risco de experimentar um surto de violência, prisões e mortes. Isso cria um ambiente de panela de pressão para nossos jovens. Nós fazemos seminários e programas de mentoria para que nossas crianças e jovens tenham um meio de se expressar sem precisar recorrer à violência” - Mousa Qous, líder da organização African Community Society, respeitada por toda a comunidade afropalestina.

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Apesar de sofrerem com o racismo anti-negro que existe na própria comunidade árabe (são chamados de “abeed”, uma ofensa equivalente a “escravos”), o engajamento dos afropalestinos nas lutas de libertação garante o respeito de muitos!

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