O parto normal de Kate abriu um debate sobre a cultura da cesárea no Brasil

Enquanto a OMS indica que no máximo 15% dos partos sejam cesáreas, 41,9% dos bebês brasileiros nascidos em 2017 vieram ao mundo através da cirurgia.

Você provavelmente já sabe que ontem veio ao mundo um nenê real britânico, o terceiro filho do príncipe William e da duquesa Kate.

Também pela terceira vez, Kate teve um parto normal.

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E MAIS UMA VEZ EM 7 HORAS, SETE HORINHAS, ela já estava posando para fotos e voltando do hospital para a casa.

Henry Nicholls / Reuters

Andando, plena, carregando essa coisinha bonitinha do pai e da mãe e que ainda não teve o nome divulgado, mas que é o quinto herdeiro ao trono.

Muito que bem.

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A pré-candidata à presidência pelo PC do B, Manuela D'Àvila, compartilhou um texto no Face levantando um debate sobre como no Brasil a imagem jamais aconteceria, já que o país tem uma forte cultura médica de induzir mulheres a fazerem cesárea.

      

Manuela postou a coluna "Kate Middleton, por aqui, não teria a menor chance", da jornalista Rita Lisauskas para o Estadão, e recebeu mais de 29 mil likes e 14 mil compartilhamentos.

Segundo relatório de 2010, a Organização Mundial de Saúde recomenda que no máximo de 10 a 15% dos partos sejam cesáreas. Já no Brasil, em 2017, 41,9% dos partos foram cesáreas, segundo o Ministério de Saúde.

O órgão, inclusive, anunciou que passaria a fazer monitoramentos para que o número diminua.

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Várias mulheres passaram a contar suas histórias com parto, fosse normal ou cesárea, nos comentários do post da Manuela. Esta aqui falou sobre como fez um ótimo primeiro parto normal, mas que no segundo uma médica quis insistir na cesárea desnecessária:

Reprodução

Esta teve um bom parto normal, mas ouviu comentários desnecessários de enfermeiras, que só fazem aumentar a cultura da violência obstetrícia.

Reprodução

Quando a violência não é durante o parto, é no pós. Haja saco.

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Claro que teve quem achasse que o texto era contra mulheres que optam pela cesárea, mas Manuela respondeu deixando claro que a chave desta discussão é a palavra "OPÇÃO".

Reprodução

De qualquer forma, não podemos esquecer alguns pontos importantes nesta discussão:

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Primeiro, no Brasil uma portaria do Ministério da Saúde demanda que a liberação da mulher do hospital seja no mínimo em 24 horas em casos de parto normal e 48 horas em parto cesárea, ambos sem complicações. Ou seja, ir pra casa em 7 horas não rola mesmo.

E, como explica esta matéria do G1, o sistema de saúde público do Reino Unido ainda garante que a parturiente receba atendimento em casa por um profissional de saúde durante 21 dias pós-parto, sendo ela mãe dos futuros reis e rainhas da Inglaterra ou apenas uma cidadã comum.

Segundo, claro que o parto de Kate ajuda numa bem-vinda discussão sobre partos normais, mas estamos falando de uma mulher que vive cercada de protocolos e profissionais que fazem com que Kate esteja deslumbrante, maquiada e penteada sete horas após ter um bebê, mas obviamente ela não é parâmetro para mulheres comuns.

Hannah Mckay / Reuters

Pode ser que você fique plena rapidinho, pode ser que não.

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O que importa é: quem deve escolher como seu nenê vem ao mundo, desde que esteja tudo bem, deve ser VOCÊ, amiga.

E se não quiser engravidar tudo bem também, escolha um método anticoncepcional legal para você e seja feliz!

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