O Met Gala 2021 enfim abre mais espaço para personalidades trans

É importante ocupar um dos maiores eventos de moda do mundo.

BuzzShe

Um dos assuntos mais comentados da semana foi o famoso Met Gala 2021, que ocorreu na noite da última segunda-feira e teve como tema “In America: A Lexicon of Fashion”.

O baile celebrou a moda americana com looks glamourosos, protestos, presenças ilustres e a estreia de algumas brasileiras no cream carpet que reabriu a temporada de eventos pós-pandemia. 

A modelo cearense Valentina Sampaio foi a primeira top model trans brasileira a estrelar capas e campanhas ao redor do mundo e marcou presença no evento que teve o seu maior número de convidados transgêneros na história.

Esse feito demonstra como artistas e personalidades LGBTQIA+ estão conquistando espaços antes inimagináveis. É claro, que o Met Gala de longe não é nossa primeira opção de lugar para ser disputado, por ser um evento ao qual enaltece valores muito questionáveis para quem busca representatividade, transformação social e política.

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Porém, precisamos falar e enaltecer as pessoas trans que estiveram presente no baile servindo looks, talento e muita excelência.

Indya Moore (AP Images), Mj Rodriguez (Getty Images / Theo Wargo) e Janet Mock (Getty Images / Theo Wargo) no Met Gala

Como as grandes estrelas da série “Pose”', Indya Moore, Mj Rodriguez e a escritora Janet Mock que apareceram no cream carpet pela segunda vez consecutiva. 

A modelo, atriz, dançarina e ativista americana, Leyna Bloom tornou-se a primeira mulher abertamente transgênero a aparecer na Vogue Índia.

Leyna Bloom no Met Gala (Getty Images/ Dimitrios Kambouris)

E também esteve presente no evento, apesar de ter sido ofuscada pela imprensa internacional, assim como o ator e diretor Elliot Page que trouxe uma poderosa mensagem ao pousar no Met Gala. 

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Vestindo terno Balenciaga, junto com tênis e uma rosa verde, Elliot representou muitos homens trans fazendo uma homenagem ao Oscar Wilde.

Elliot Page no Met Gala (Gettye Images / Dimitrios Kambouris e Mike Coppola )

Um importante ativista LGBTQIA+ que usava em suas roupas flores verdes simbolizando a luta da comunidade em 1892. Conforme depoimentos da  historiadora Sarah Prager, o Oscar Wilde foi condenado por ser gay a 2 anos de trabalhos forçados e a pena máxima, sendo preso de 1895 a 1897, morrendo apenas três anos depois, em 1900.

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Outra ativista homenageada no Met Gala 2021 foi a ícone trans Marsha P. Jhonson, que serviu como inspiração ao look da Nikkie de Jager.

Nikkie de Jager (Getty Images/ Angela Weiss), Marsha P. Jhonson (Reprodução) e novamente Nikkie (Getty Images/ Taylor Hill)

A influenciadora trans conhecida por seus tutoriais de make, usava  um vestido Edwin Oudshoorn Couture enfeitado com azul esverdeado e cocar colorido com laço na parte inferior dizendo "Não se preocupe", a resposta da ícone trans Johnson às perguntas transfóbicas que recebia em Stonewall.

A atriz trans Hunter Schafer, conhecida pela premiada série “Euphoria”, roubou a cena do baile usando um look prateado meio “alienígena futurista”.

Hunter Schafer (Getty Images/ Dimitrios Kambouris) e Kim Petras (Getty Images/ John Shearer)

Porém, quem chamou ainda mais a atenção dos fotógrafos foi a icônica cantora Kim Petras. 

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Já a modelo Valentina Sampaio atraiu elogios no Met Gala 2021 com seu luxuoso vestido assinado pela estilista holandesa, Iris Van Herpen.

Velentina Sampaio no Met Gala (Getty Images/ John Shearer)

Do Ceará para o mundo, a brasileira foi convidada por nada mais, nada menos do que a famosa marca Victoria’s Secret e declarou à Revista Caras que se sente honrada por representar nosso país.

“Eu me sinto honrada de ter sido convidada para o Met Gala que, hoje, é o maior evento no mundo para o Fashion Business. O convite chegou pela Victoria’s Secret, que vai estar no evento com uma super mesa de celebridades e embaixadoras.”

O deslumbrante look vermelho escolhido pela modelo representava a Independência da América, que foi o tema central da exposição deste ano no baile. E Valentina comentou inclusive a importância do assunto neste momento histórico de pandemia e, principalmente, após as recentes eleições presidenciais, que dividiram fortemente o país em dois partidos: Democráticos e Republicanos.

Apesar da presença ilustre de grandes personalidades trans, sabemos que ainda somos minoria dentro da cena Fashion Business, mas estamos construindo o começo de um legado transvestigênere na moda mundial.

Nosso objetivo é não precisar mais da “representatividade” e viver a “proporcionalidade” entre modelos trans e cis ocupando as passarelas ou onde quiserem estar. Por isso, nesse momento de renascimento pós-pandemia, os figurinos e a presença de personalidades LGBTQIA+ no Baile do Met devem ser enaltecidos. 

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