Quando o egoísmo é inevitável

Será que ser uma pessoa egoísta é sempre um problema?

Esses dias, conversando com uma amiga, cheguei à conclusão de que, depois de certas experiências afetivas, a ideia de ser uma pessoa egoísta não chega a ser exatamente um problema. Calma, vou explicar.

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Não estou falando sobre não se preocupar com o próximo, ignorar as demandas que o outro apresenta ou relativizar a dor alheia. Definitivamente não é sobre isso. Mas, veja bem: você é capaz de lembrar de todas as vezes em que romantizou ou valorizou alguma situação e, depois, sentiu que a recíproca não era tão verdadeira quanto acreditava ser e se viu sozinha numa via de mão única? 

Exatamente. E quantas vezes você se viu revisitando tais lugares do passado na intenção de sentir uma micro partícula do que sentira no momento exato em que acontecera?

Honestamente, acho que existem dois tipos de pessoas num término de relacionamento: as que revisitam o passado e as que simplesmente não olham pra trás.

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Sem julgamento de valor aqui, sempre senti que eu fazia parte da primeira categoria. Até porque, sempre considerei muito importante analisar o estrago pra me poupar numa próxima vez. Até que me perdia no meio do caminho, caía num buraco nostálgico e já não sabia mais o que era análise e o que era auto sabotagem.

Enfim, dentre tudo o que já me permito viver, decidi não me permitir afundar sozinho num buraco onde cabem dois. 

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Serei egoísta, e o que fizerem para mim e por mim, vai ser exatamente aquilo o que podiam e queriam fazer para alguém que simplesmente merecia. Nada além disso. Serei cordial, agradecerei, e aceitarei tal qual aceito um copo d’água. Porém, não mais como se estivesse com sede no meio do deserto.

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