O goleiro do Palmeiras surpreendeu todo mundo com críticas à polícia
"Ah não é o futebol, é o país que tá assim. Uma criança de dez anos ser morta pela polícia é o fim do país, independente dela estar armada ou não".
Durante o intervalo do jogo entre Flamengo e Palmeiras deste domingo (5), em Brasília, um grupo de torcedores entrou em conflito nos corredores do estádio Mané Garrincha e a PM local utilizou gás de pimenta para conter a confusão.
A partida jogada na capital federal, possibilitou a presença de muitas famílias na torcida mista por todo o estádio.
O gás atingiu praticamente todo o estádio, afetando muitos torcedores, inclusive crianças, e jogadores que retornavam para o segundo tempo do jogo.
No final da partida, o repórter da Globo/SporTv foi entrevistar o goleiro palmeirense Fernando Prass sobre o jogo e aproveitou para perguntar sobre o acontecido no intervalo.
Reprodução / TV Globo / Via globoesporte.globo.com
A pergunta foi: "A gente teve hoje aqui um episódio que acabou atrasando o reinício do jogo depois do intervalo, uma confusão entre torcidas. A polícia teve de usar gás de pimenta. Como jogador, qual a sensação que isso te traz, de isso continuar acontecendo no futebol?"
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Prass prontamente respondeu que o problema em si não era só com as torcidas, mas com a forma que a polícia tem agido, como no caso do estupro no Rio e do menino de dez anos que foi morto após troca de tiros com a polícia em São Paulo.
E ainda deu sua opinião sobre o caso, questionando os motivos que levaram à morte da criança pela polícia.
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A resposta completa de Prass: "Ah não é o futebol, é o país que tá assim. A gente viu o que aconteceu na semana, no Rio de Janeiro com a menina e o que aconteceu agora em São Paulo com um garoto de dez anos, isso aí é o fim do país… uma criança de dez anos ser morta pela policia, independente da versão, quer ela esteja armada ou não. Não sei qual que é a pior".
O vídeo completo está aqui e a fala do goleiro sobre o caso começa aos 50 segundos.
Prass ainda comentou sobre a determinação de que, em 2016, todos os clássicos no estado de São Paulo tenham torcida única e pediu leis mais rígidas em vez de punir o espetáculo.
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“Ah tem que ter um caminho, leis mais rígidas, que criminalizem mais esses atos dentro do futebol. Por que a gente sabe quem é que faz. Todo mundo sabe quem é que faz, quem participa. Porque é tão bonito de ver duas torcidas assim misturadas como estavam aqui hoje, mas hoje é impensável. Mas a torcida única não é solução pra nada. É só um paliativo e ainda assim, na minha visão, as brigas estão acontecendo fora do estádio, na ida pro estádio. Dentro do estádio praticamente não tem confusão”.