O público da CCXP23 confirmou: "O Auto da Compadecida 2" é um dos filmes mais esperados de 2024

Selton Mello, Matheus Nachtergaele e Taís Araujo foram recebidos no evento geek com tanto barulho quanto as estrelas internacionais.

2024 ainda nem chegou e o filme brasileiro mais aguardado do ano já é "O Auto da Compadecida 2", continuação do sucesso de 1999 protagonizado por Selton Mello e Matheus Nachtergaele. Os atores estiveram na CCXP23, evento geek que acontece em São Paulo até este domingo (3), para participar de um painel sobre o novo filme.

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Selton contou que se trata de uma história original, escrita por João Falcão e Adriana Falcão, respeitando o universo de Ariano Suassuna - autor da peça na qual o filme original se baseia. 

"O Brasil merecia esse reencontro. Vocês pediram continuação, então toma", Selton disse, brincando. Ele e Matheus se emocionaram bastante com as quase 3 mil pessoas que os assistiram no palco Thunder - eles foram tão aplaudidos quanto as estrelas internacionais. 

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"Chicó e João Grilo pertencem às pessoas. Deu medo voltar, porque eles fazem parte do imaginário. Mas fazendo, deu vontade de amar o Brasil, de gostar de ser brasileiro. É um passaporte direto pra alegria, pra voltar a lotar a sala do cinema. Queremos devolver o carinho que recebemos nesses 25 anos, e oferecer uma experiência do caralho", resumiu Matheus. 

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"Os personagens envelheceram um pouco, amadureceram características, mas o palhaço que tem neles continua criança", diz Selton. "No começo a gente não estava se divertindo por conta da preocupação em fazer um trabalho muito bom, mas do meio pro fim foi como tomar um ácido", Matheus brinca.  

O filme original se passa nos anos 30 no sertão da Paraíba, e foi filmado na cidade de Cabaceiras. Na continuação, 25 anos se passaram e os personagens seguem no mesmo lugar, mas o visual promete ser bem diferente. "Tivemos um investimento em tecnologia, gravamos com um led enorme no estúdio, é conceitual, meio cartunesco, sinestésico", diz Matheus, citando a técnica de filmar usando o volume, um telão iluminado que substitui o chroma-key.

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Selton complementa: "Mas tudo é a favor dos personagens, da história. O que emociona e diverte são os atores e o roteiro. É a humanidade."

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Há uma mudança grande de um filme para o outro: representando a compadecida do título, Nossa Senhora Aparecida, Fernanda Montenegro deixa o papel e Taís Araujo o assume. A atriz também esteve no painel da CCXP.

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"Conversamos sobre Nossa Senhora e a importância de múltiplas interpretações. Dona Fernanda é a nossa grande dama, então não é uma substituição, porque eu nem teria como substituí-la, é uma outra concepção, como a Virgem de Guadalupe, ou Nossa Senhora das Graças", diz Taís. "trabalhei o perdão, a misericórdia, a compaixão, que são os sentimentos que associamos a ela, e tive que correr atrás desses caras (Selton e Matheus) para entrar nesse universo que já está construído". 

Taís falou também sobre a importância de uma mulher preta interpretar esse papel. "A população preta sempre foi sub-representada, inclusive no cinema, onde só aparecemos no cine favela, e não queremos aparecer de uma única maneira. Somos muitos, múltiplos".

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"Não queremos só ver preto morrendo, queremos ver a riqueza. Não somos a mazela, somos a riqueza. Estamos indo por um caminho mais interessante e inteligente."

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"O Auto da Compadecida" foi lançado na televisão em janeiro de 1999 como minissérie e chegou aos cinemas em 2000, quando foi visto por mais de 2 milhões de pessoas. "Não sabíamos que estávamos fazendo um filme que seria um fenômeno", Selton diz, sobre esse sucesso todo. "Esse filme é a cara desse país, e o Brasil merece esse filme. Espero que vocês gostem de novo da gente", Matheus finalizou, emocionado. 

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"O Auto da Compadecida 2" chega aos cinemas apenas em dezembro de 2024.

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