O aparelho de monitoramento de um homem capturou o momento exato em que o coração dele foi partido

Levar o fora pode ser fisicamente doloroso, e este homem tem dados que provam isso.

David Mcnew/AFP / Getty Images

O novo Fitbit Blaze.

Um Fitbit pode monitorar seus passos, frequência cardíaca e calorias queimadas; mas, no processo, ele também pode, sem querer, capturar acontecimentos da vida, como um coração partido, e foi isso que um homem israelense descobriu recentemente.

O sábado começou como qualquer outro dia para Koby Soto, de 28 anos. Ele mora em Tel Aviv, Israel, onde está terminando a faculdade de Direito na Universidade de Tel Aviv. (Ele também é o cofundador da Guesty, uma startup financiada pela Y Combinator que ajuda clientes a gerenciar seus Airbnbs e outros imóveis para alugar.) No sábado, ele e seu então namorado de poucos meses, que é seu colega da faculdade, estavam planejando sair à noite para esquecer um pouco as provas.

Publicidade

Koby Soto / Via linkedin.com

Koby Soto

Então, Soto recebeu um telefonema de seu namorado. "Ele disse que a gente teria de cancelar, e eu perguntei 'Por quê?'. Daí, ele disse: 'As coisas não estão funcionando como deveriam", Soto lembrou em uma entrevista ao BuzzFeed News. "Eu disse: 'Você está falando sério? Vai mesmo fazer isso por telefone?'"

Naquela noite, triste e chocado, Soto desabafou com um amigo, que lhe disse para relaxar. Soto respondeu que ele não conseguia dormir e nem mesmo estudar; e, como que para provar isso, ele abriu seu aplicativo Fitbit com a intenção de compartilhar uma captura de tela de sua frequência cardíaca naquele momento. Nos últimos cinco meses, ele tem usado um Fitbit Charge HR, um dos muitos aparelhos que ele ama usar para quantificar sua vida; ele também tem uma fechadura controlada por um aplicativo, uma câmera de segurança Nest e até uma máquina de café programada para ferver uma xícara de café no mesmo horário todos os dias.

Para a surpresa de Soto, o aplicativo exibiu dados para o dia inteiro, começando de manhã, quando sua frequência cardíaca em repouso média era de calmos 72 batimentos por minuto, e do meio-dia em diante, quando recebeu a ligação e sua frequência cardíaca imediatamente subiu para mais de 88. Ela ficou alta durante a maior parte da tarde, em certo ponto chegando a quase 118, e por fim voltou aos níveis normais durante a noite.


Publicidade

Koby Soto

Soto geralmente olha o aplicativo após fazer exercícios, mas na maioria das vezes ele diz que se esquece de que o dispositivo está silenciosamente monitorando seus sinais fisiológicos o tempo todo. "Eu não estava fazendo nada, não fui à academia e não esperava que o Fitbit estivesse me monitorando", disse ele ao BuzzFeed News. "Mas ele estava."

No entanto, ele não vê isso como invasão de privacidade.

"Acho que é bom ter um registro confirmando o que você sentiu. Você pode dizer às pessoas que está com o coração partido e se sentindo mal", disse Soto. "Mas as pessoas acreditam mais quando você lhes mostra os números, dados ou gráficos. Todo mundo sabe como é ficar com o coração partido, não é? Todo mundo já sentiu isso. Quando você tem esses dados, é interessante... você tem algo para mostrar."

À medida que cada vez mais pessoas usam dispositivos de monitoramento de atividades, elas estão percebendo o mesmo que Soto: os dispositivos vestíveis não só capturam os dados que você acha que deseja capturar, mas também tudo o que acontece enquanto você os está usando.

No outono passado, um adolescente de Massachusetts foi ao médico depois de receber uma série de leituras da frequência cardíaca anormalmente altas de seu novo Apple Watch — e descobriu que eram sinais de uma lesão muscular potencialmente fatal. Pesquisadores também estão dando dispositivos vestíveis e aplicativos de smartphone a participantes de ensaios clínicos para que possam aprender sobre como problemas de saúde como doenças cardíacas e asma afetam suas vidas cotidianas.

Poucos dias se passaram desde o rompimento de Soto, e ele está tentando ficar ocupado para controlar a tristeza. Mas há uma pontinha de esperança, pois sua captura de tela — compartilhada no Twitter e no Hacker News — começou a ganhar centenas de curtidas e retweets. Sua frequência cardíaca, disse ele, "está um pouco alta".

Publicidade

Veja também