Novo game "Mirage" faz "Assassin’s Creed" voltar às origens

Um jogo que entrega tudo.

"Assassin’s Creed" é, sem dúvida, uma das mais amadas e conhecidas franquias de jogos da atualidade. O universo que mistura história e ficção criado pela Ubisoft vem encantando os fãs há mais de 15 anos com seus cenários belíssimos e narrativa envolvente.

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Contudo, ao longo dos anos, os jogos foram perdendo o foco inicial de uma experiência furtiva para abraçar uma espécie de RPG de ação em seus últimos títulos. Eis que a empresa resolveu retornar às suas origens com seu último lançamento: "Assassin’s Creed Mirage".

Quando falamos de voltar às origens não nos referimos apenas à jogabilidade, mas também à localização da história principal. Mirage nos leva novamente até Bagdá do século IX, onde controlamos Basim, um ladrão que faz pequenos trabalhos para“os Ocultos”, e acaba se tornando um deles no decorrer da história.

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A dinâmica aqui é bem semelhante à proposta de "Assassin’s Creed 2", onde controlávamos Ezio desde seu treinamento até sua total vivência de assassino. Jogando com Basim, veremos a sua evolução de maneira gradativa, fazendo com que a história seja mais interessante de ser acompanhada. Mas vale ressaltar que a narrativa aqui não é das mais inovadoras ou imprevisíveis: é apenas o arroz com feijão de sempre (o que não quer dizer que seja algo ruim).

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O grande diferencial de "Mirage" entre os demais jogos da franquia é o foco em furtividade. Parece estranho dizer que isso é diferencial pois desde seu primeiro título, "Assassin’s Creed" foi conhecido pela dinâmica de um assassinato silencioso, além, claro, da movimentação rápida para se esconder dos inimigos.

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Foi com o passar do tempo que a ideia de ser um “assassino discreto” foi sendo deixada de lado e passou a focar num combate mais aberto. Agora em "Mirage", ser discreto para derrotar um inimigo é fundamental, pois eles estão bem mais espertos e podem te causar muita dor de cabeça. Esconder atrás de paredes e gramas altas, aliados à ferramentas como bombas de fumaça, serão táticas essências para avançar em sua jornada. Não pense que isso será fácil, qualquer passo em falso pode entregar sua posição e te levar a um combate delicado contra grupos de inimigos.

Outra mecânica muito interessante implementada em "Mirage" é o “nível de procurado”. Cada vez que você se envolve em um combate esse nível irá subir, fazendo com que mais pessoas te procurem e, consequentemente, sua jornada seja mais difícil de ser concluída.

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Mas não se preocupe, basta arrancar alguns cartazes espalhados com sua imagem na cidade que o nível irá diminuir e tudo voltará ao normal. Uma mecânica simples, mas cativante.

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Por falar em cidade, Bagdá está deslumbrante. A cada novo jogo, a Ubisoft parece se dedicar ainda mais ao level design, fazendo com que tudo seja realmente bonito e encantador.

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Além de linda, a Bagdá é simplesmente funcional. No início você pode até ficar um pouco perdido, mas logo irá identificar o que cada uma das áreas representa na cidade, assim como o motivo de determinado NPC estar ali, naquele momento. Não é simplesmente uma repetição de prédios e personagens. E essa sensação também pode ser sentida até mesmo fora da cidade em si, pois apesar de possuir um cenário desértico, os poucos vilarejos que cercam a cidade principal também possuem o seu charme, assim como a vegetação, que vai além de um campo cheio de areia. É preciso ressaltar que essa sensação também se deve ao fato de o mapa do jogo ser consideravelmente menor do que os mapas de títulos anteriores da franquia. Isso não é algo ruim, pelo contrário, tem o tamanho certo para uma aventura coesa e sem muita enrolação.

Um dos motivos das maiores reclamações dos fãs da franquia era o fato de tudo chegar "mastigado" nas mãos do jogador. Literalmente bastava abrir o mapa e ver em que lugar deveria ir para seguir a história.

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Agora não é tão fácil assim seguir a jornada. Será preciso usar de dicas dadas por NPCs para promover quase que uma investigação que lhe dará novas pistas sobre futuros destinos, missões paralelas e itens escondidos. Não é algo absurdo de se fazer ou mesmo algo que possa ser considerado difícil, mas já é um pequeno desafio que faz a aventura se tornar mais interessante e imersiva.

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A movimentação do personagem também sofreu pequenos refinamentos. O estilo Parkour de se movimentar, escalando paredes e dando saltos incríveis continua presente, mas não é sempre, ou em qualquer lugar, que você irá conseguir se pendurar, como fazíamos antigamente.

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Essa limitação é pequena, mas é sentida em alguns momentos. Mas fique tranquilo, não é nada que vai fazer o jogo ser mais lento ou menos divertido - ele apenas passa a fazer mais sentido.

"Assassin’s Creed Mirage" me encantou justamente por resgatar aquilo que lhe deu fama, e por refinar suas mecânicas. Ele é um prato cheio para quem viu o nascimento da franquia lá em 2007 e estava cansado da ideia de ser um RPG de ação como tantos outros. Ele não traz nada de realmente revolucionário, mas é um excelente jogo que tem me prendido nos últimos dias e me levado a desbravar cada canto de Bagdá em busca de um novo segredo.

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