"No Limite" estreia com elenco afiado e Fernando Fernandes seguro na apresentação

Primeiro episódio do reality de sobrevivência da TV Globo exibiu a eliminação da fluminense Dayane, da Tribo Lua

O primeiro episódio da nova temporada de "No Limite", da TV Globo, cumpriu o que prometeu: provas mais radicais, perrengue e um elenco diverso e disposto a se jogar de cabeça na disputa. A mistura parece ter agradado à audiência: o reality comandado por Fernando Fernandes pontuou mais que a soma das demais emissoras de TV aberta, em dados prévios da Kantar/Ibope na Grande São Paulo.


Estreante na função, Fernando Fernandes demonstrou personalidade ao conduzir a disputa de forma firme, sem grandes gracejos descabidos. Cheio de energia, o apresentador chegou à locação depois de saltar de paraquedas, reforçando declaração dada durante a coletiva de lançamento do reality, na última semana: "Eu sou o 'No Limite'", disse, na ocasião. Cadeirante desde que sofreu um grave acidente de carro, em 2009, o novo titular da atração aproveitou os minutos iniciais do episódio para demonstrar que realmente não conhece barreiras. Uma lição para uma sociedade que, tantas vezes, alimenta o preconceito contra as pessoas com deficiência, conhecido como capacitismo.


Criticado por oferecer algumas regalias ao elenco VIP da edição passada, formado por ex-BBBs, o "No Limite" voltou às origens. Pouca comida, zero mordomia e um acampamento bem mequetrefe garantiram que a realidade dos participantes fará jus ao título do reality, inspirado no sucesso "Survivor", da TV americana. Escolha acertada.


Entre o elenco, muitos destaques. Professora de Educação Física, Shirley Gonçalves, da Tribo Lua, comoveu o público ao se emocionar depois de receber elogios após preparar a comida para os companheiros de equipe. A participante de 51 anos foi bastante celebrada nas redes sociais por conta da cena. Quem também deu o que falar foi o carioca Matheus Pires, 30 anos, que resolveu mentir deliberadamente para os companheiros de equipe para "montar um personagem". Foi divertido ver a cara de pau do diretor pedagógico, que promete cenas engraçadas e ardilosas na temporada.


Mas o queridinho do público parece já ter sido escolhido: Janaron Uhãy, do povo Pataxó, da Bahia, conquistou admiradores pela destreza e pelo jeito sereno que exibiu ao enfrentar os desafios propostos pela produção. Se representatividade importa - e importa muito - foi bem interessante ver tanta gente exaltar um homem indígena, justo no momento em que uma das mais conhecidas etnias padece em decorrência dos desmandos encobertos por aqueles que deveriam resguardar sua existência.


No fim do episódio, a fluminense Dayane Sena acabou eliminada. Integrante da Tribo Lua - que venceu duas provas, mas perdeu justo o desafio da imunidade - a professora não escondeu as dificuldades durante a disputa e ainda ficou com fama de não colaborar com os afazeres do acampamento. Deu adeus às chances de faturar R$ 500 mil sem que sua eliminação fosse lamentada pelo público das redes sociais.


"No Limite" promete. A julgar pelo primeiro episódio, apresentador, elenco e locação foram os grandes acertos da produção, que tem tudo para fisgar o público sedento para ligar a TV e ver gente passando perrengues piores que os que todos passamos na vida real atualmente.


Globo/Fábio Rocha

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