De casca de machucado a algemas: conheça o museu dos corações partidos, que guarda objetos de ex-casais

Pode ser uma boa oportunidade para se livrar daquele presente feio que o seu ex te deu ou daquela memória que só te faz mal!

Sabe aquele bichinho de pelúcia que, quando o namoro acaba, ninguém quer? Ou até mesmo aquele disco raro que os dois vão brigar até a morte por ele? Existe um lugar para eles!

ARMEND NIMANI/AFP via Getty Images

Criado por um casal de ex-namorados, o Museu dos Relacionamentos Rompidos, em Zagreb, na Croácia, guarda e exibe objetos de pessoas que tiveram seus corações partidos. 

A ideia de criar o museu surgiu porque, depois de colocar um fim no namoro, o casal Olinka Vistica e Drazen Grubisic dividiram as suas coisas e não sabiam o que fazer com um coelho de brinquedo. Ele foi o primeiro item da coleção.

Reprodução/THE MUSEUM OF BROKEN RELATIONSHIPS

Entre fins tristes e inusitados, separamos 9 objetos e histórias enviados para o museu que causam um pouco de espanto e tristeza no coração.

Publicidade

1. Fiapos de umbigo. Uma pessoa de Quebec, no Canadá enviou para o museu os fiapos do umbigo do seu ex-namorado.

Ana Opalić/Museum of Broken Relationships

No relato, a pessoa diz: “A barriga de D. tinha um arranjo particular de pelos no corpo que tornava seu umbigo propenso a coletar fiapos. De vez em quando, ele extraía um pedaço e o colava no meu corpo, que estava suado após o sexo. Um dia, coloquei o fiapo em uma pequena bolsa e o escondi na gaveta da minha mesa de cabeceira. Nossa relação era tumultuada. De vez em quando, ele me lembrava que não estava realmente apaixonado, mas eu alegremente ignorava o aviso. Ele me deu seu fiapo, afinal”. 

2. Casca de machucado de 27 anos de idade. Sabe aquela casquinha de machucado que a gente teima em arrancar da pele? Uma pessoa de Mürzzuschlag, na Áustria, guardou a casca de uma ferida do seu ex-namorado.

FOTO 3: Ana Opalić/Museum of Broken Relationships

“Em 1990, meu amigo, meu primeiro grande amor, sofreu um acidente de moto. Sua consequência foi uma erupção cutânea severa com várias crostas grandes. O acidente me chocou, embora nada grave tenha acontecido. Desde então, eu tinha medo constante de perder o meu amado. Por essa razão, mantive uma de suas crostas quando ela caiu, com a ideia (não tão séria) de que, em caso de necessidade, eu poderia cloná-lo. Paradoxalmente, meu medo causou precisamente aquilo que eu mais temia. Eu mantive a crosta até hoje. No entanto, o desejo de clonar meu parceiro a partir daquele momento não existe mais. Mas ainda estou lutando contra os meus medos.”

Publicidade

3. Dread. Se tem fiapo guardado no umbigo e casca de machucado, claro que não podia faltar um pedaço de cabelo. Esses da foto, pelo menos, são da mesma pessoa que os mandou para o museu. 

Ana Opalić/Museum of Broken Relationships

Alguém de Oslo, na Noruega, decidiu que era a hora de dizer tchau aos dreads (já cortados da cabeça!): “Estes são os meus dreads. Mórbido, eu sei. Mas repare nas pontas trançadas. Eu não fiz isso. Provavelmente, foi feito toda semana por um ano. Ela até os amarrou usando linhas de costura combinando. Eram nossos nós nupciais. Eles já existem há dez, um corte de nossas vidas. Eles pertencem a um museu”.

4. Machado. Nem só de boas lembranças se faz um relacionamento. O museu também coleta itens que não faziam parte do casal, mas tiveram alguma relevância para aquela relação.

Ana Opalić/Museum of Broken Relationships

Uma pessoa de Berlim enviou o machado para o museu: “Ela foi a primeira mulher com quem morei. Poucos meses depois que ela se mudou, me ofereceram para viajar para os EUA. Ela não podia ir. No aeroporto, nos despedimos em lágrimas, e ela estava me garantindo que não poderia sobreviver três semanas sem mim. Voltei depois de três semanas, e ela disse: ‘Eu me apaixonei por outra pessoa. Eu a conheço há apenas 4 dias, mas sei que ela pode me dar tudo o que você não pode.’ Fui banal e perguntei sobre seus planos em relação à nossa vida juntos. No dia seguinte, ela ainda não tinha resposta, então eu a expulsei. Ela imediatamente saiu de férias com sua nova namorada enquanto seus móveis ficavam comigo. Sem saber o que fazer com a minha raiva, eu finalmente comprei este machado em Karstadt para extravasar e dar a ela, pelo menos, um pequeno sentimento de perda – o que ela obviamente não teve após o nosso rompimento. Nos 14 dias de suas férias, todos os dias eu cortava uma peça de seus móveis. Eu mantive os restos mortais lá, como uma expressão da minha condição interior. Quanto mais seu quarto se enchia de móveis picados adquirindo a aparência da minha alma, melhor eu me sentia. Duas semanas depois de sair, ela voltou para os móveis. Eu cuidadosamente organizei tudo em pequenos montes e fragmentos de madeira. Ela pegou aquele lixo e saiu do meu apartamento de vez. O machado foi promovido a instrumento terapêutico”. 

Publicidade

5. Embalagem vazia de biscoito da sorte colada em um copo do Starbucks. Enviado por uma pessoa de Veneza, na Itália.

Ana Opalić/Museum of Broken Relationships

“Você foi meu primeiro amor. E eu desejei que você também fosse o meu último. Quando recebemos aqueles biscoitos da sorte e eu abri o meu dizia: 'Você tem que aprender a ler nas entrelinhas'. Eu deveria ter seguido esse conselho, porque entre essas linhas havia você me traindo repetidamente. Não é irônico?”

6. Pacote de comprimidos para gastrite. Uma pessoa de Vinkovci, na Croácia, enviou para o museu um pacote extra grande de comprimidos para gastrite. Uma pena que não exista remédio para coração partido, né?

Ana Opalić/Museum of Broken Relationships

“Quando eu tinha 13 anos, fui diagnosticado com gastrite. O gatilho mais comum é a agitação nervosa frequente e a perda de paciência. Isso resulta em uma dor bastante desagradável e muito desconforto. Com o tempo, reduzi a dose de remédio a uma ingestão ocasional. Com o tempo, encontrei meu 'malfadado amor do ensino médio', como tenho certeza que muitos de vocês que estão lendo isso agora também têm. O meu era feroz, às vezes doloroso, e certamente ficou arruinado. Nós dois desprezávamos o materialismo por natureza e, portanto, mesmo quando se tratava de presentes de aniversário, presentes caros ou coisas que já possuíamos não eram toleradas. Para o meu aniversário de 18 anos, minha 'malfadada namorada do ensino médio' apareceu com um pacote extra grande de meus comprimidos de gastrite. Lembro-me dela dizendo: 'Aqui, leve-os quando eu acabar com os seus nervos ou antes de eu sair com as meninas'. E sim, eu os usei. Frequentemente. A maior dose que eu já tomei foi de três comprimidos dentro de uma hora, e isso foi logo depois que terminamos.”

Publicidade

7. Algema. O acessório foi enviado por uma pessoa de Zagreb (Croácia). O relato é breve e só veio escrito “Amarre-me!”, mas pode usar a sua imaginação para adivinhar para o que elas serviam. 

8. Cartão postal. Essa senhora nos deixou com um olho nas nossas lágrimas:

Ana Opalić/Museum of Broken Relationships

“Sou uma mulher de 70 anos de Yerevan, capital da Armênia. Visitei Zagreb em 1967. Quando descobri em um jornal local que existe o Museu de Relacionamentos Quebrados, fiquei triste e feliz ao mesmo tempo. Este é um cartão postal que foi deixado na minha porta, há muito tempo, pelo filho dos nossos vizinhos. Ele estava apaixonado por mim há três anos. Seguindo a antiga tradição armênia, seus pais vieram à nossa casa para pedir minha mão. Meus pais se recusaram dizendo que seu filho não me merecia. Na mesma noite, seu filho capotou com o carro de um penhasco…”

Publicidade

9. Porquinho de borracha. Uma pessoa de Jerusalém, em Israel, presenteou o museu com um porquinho de borracha e, de quebra, nos deu uma lição de vida: 

Ana Opalić/Museum of Broken Relationships

“Ele me deu esse porquinho quando nos conhecemos em um intercâmbio estudantil nos EUA. Era apenas uma piada sobre o quanto ele ama bacon e eu nunca quero provar, pois minha ancestralidade me proíbe. Quão diferentes eram nossos hábitos e roupas, quão diferente era nossa comida de Israel para a Dinamarca. E, no entanto, somos muito parecidos. Nós nos amávamos pura e profundamente, amávamos nossas diferenças e nós dois sabíamos que isso fazia parte do nosso charme. Imaginar nossos filhos era como imaginar como seria ganhar na loteria. Mas para mim era muito difícil mudar meu caminho, machucar meus pais que só desejavam que eu fosse feliz, com um menina judia. Tomei a decisão errada; uma que não era plena e conscientemente minha. Aqui estou eu, 27 anos, como uma criança aprendendo a andar, estou aprendendo que posso tomar minhas próprias decisões na vida. Só agora eu sei, me apaixonar mudou meu destino e por isso sou grata. Talvez eu tenha evoluído tarde demais para essa pessoa maravilhosa, mas sei que nunca é tarde demais para mudar. Estou dando a você um vislumbre do meu porquinho e um gostinho da nossa história, esperando que todos nós tenhamos a coragem de conscientemente tomar nossas próprias decisões e a vontade de apoiá-las. Sempre seguirei meu coração!”. 

Para incentivar que as pessoas contribuam com o museu, os nomes dos doadores são mantidos em anonimato. As doações podem, inclusive, ser enviadas pelo correio. O que você enviaria do seu último relacionamento? 

Publicidade

Veja também