Mr Catra está errado: sexo anal se pede sim

Ao contrário da famosa frase do funkeiro, especialistas afirmam que prática deve ser bem conversada.

Diante da questão resolvemos consultar especialistas que afirmaram que sexo anal se pede sim.

"É claro que se pede, não na hora H obviamente, mas é preciso conversar sempre", afirma a psicóloga e sexóloga Carla Cecarello em entrevista ao BuzzFeed Brasil. "Existe um mito de que o sexo anal dói, então há uma grande resistência, em especial por parte das mulheres", diz.

Carla afirma ainda que para as mulheres têm dificuldades em falar sobre o tema por conta do tabu. "Existe aquela visão errada de que quem pratica o sexo anal é uma pessoa baixa, impura", conta ela lembrando que as mulheres temem ainda a "se sentirem rebaixadas, subjugadas".

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Para as especialistas, o diálogo é essencial para fortalecimento da intimidade.

Em entrevista ao BuzzFeed Brasil, a psicóloga e mestre pelo Departamento de Psiquiatria do HC da Faculdade de Medicina da USP, Desiree Monteiro Cordeiro, aponta que não existe uma regra e que a maioria dos casais não conversa sobre sexo em nenhuma instância.

"Na minha experiência de consultório, de cinco casais, apenas um fala efetivamente de sexo. Muitos até falam brincando, mas conversar mesmo, apontando o que querem experimentar ou o que sentem falta, são poucos", diz Desiree.

É por isso que depende de cada caso, porém assim como Carla, Desiree defende o diálogo para fortalecer a intimidade. "Tanto para sexo anal, como qualquer outra prática, é preciso ter intimidade e conversar ajuda muito", afirma.

"Obviamente perguntar é um pouco invasivo, por isso se é uma relação que começou a pouco tempo é ideal esperar um pouco", diz Carla, que indica também um diálogo mais sutil. " Você pode começar perguntando o que a pessoa acha das práticas sexuais, se ela sente falta de algo, se ela gostaria de tentar uma nova prática", diz.

Nada de dar uma "escorregada".

Prática relativamente comum, a "escorregada", que consiste na penetração anal durante o sexo vaginal, sem consentimento da parceira é um dos maiores erros durante o sexo.

"Quando o parceiro faz isso, ele destrói qualquer relação de confiança a partir daí. A relação passa a ficar tensa a mulher vai passar a 'fritar o peixe vigiando o gato', como se diz por aí", aponta Carla.

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Acessórios podem ajudar na iniciação da prática.

Carla indica o uso de pequenos acessórios para iniciar a prática do sexo anal, algo incentivado também por Desiree, que tem apenas uma ressalva: "Às vezes alguns brinquedos ajudam, já outras podem atrapalhar porque alguns plugs anais podem parecer assustadores", diz.

Desiree dá outras dicas mais práticas para começar a tentar a fazer o sexo anal: "Pode começar com o dedo, um beijo, ou só um toque mesmo. Leves pressionadas na região anal, sem nenhuma penetração, podem ser muito prazerosas. É bom explorar, o gostoso do sexo é descobrir o próprio limite", aponta.

Leia, pesquise e saiba o que fazer antes de tentar pela primeira vez.

Alguns fatores são bastante importantes na prática do sexo anal, como a higiene, lubrificação e o uso de preservativo.

"O anus não é naturalmente lubrificado, então é sempre importante o uso do lubrificante a base de água. Outro fator que auxilia na lubrificação é o preservativo", que também protege contra a transmissão de doenças, afirma Carla. "A mucosa anal é muito propícia à infecções e bactérias por isso é preciso usar camisinha sempre", ressalta a especialista.

Desiree complementa: "Para ter o sexo anal você tem que flexibilizar a região, não dá para fazer tenso. Nós temos dois esfíncteres, o da 'portinha' e o 'do meio' que podem gerar dor se não estiverem relaxados", explica, indicando a penetração do dedo e a calma para a prática.

A psicóloga lembra ainda que se durante a prática sexual existir tanto penetração anal, quanto vaginal, é preciso trocar a camisinha. "A chance de infecção urinária é muito grande, então tem que sempre trocar o preservativo", diz.

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Quando a prática é entre dois homens, vale descobrir ou perguntar.

Quando a pratica do sexo anal se dá em uma relação homossexual, Carla é da turma do deixa rolar: "É super possível descobrir na hora, afinal perguntar se o parceiro é ativo ou passivo de primeira você pode parecer que está tratando de negócios", afirma. "Vai construindo o momento, descobrindo nas carícias", completa.

Já nos casos em que um dos parceiros queira experimentar uma nova posição, a conversa entra em cena. "Se há uma exclusividade em um ser ativo e o outro passivo e um dos dois quer tentar o outro lado, é preciso uma conversa. Como a pessoa vai adivinhar?", afirma categoricamente, completando que esse diálogo fortalece ainda mais a relação.

Desiree defende que todas as cartas sejam postas na mesa de primeira: "Às vezes o parceiro tem algum problema ou simplesmente gosta de apenas de ser exclusivamente passivo ou ativo. Por isso, o ideal é deixar claro ou pelo menos dar a entender sua preferência", diz.

A psicóloga aponta ainda que a tendência é que, ao longo do relacionamento, essa exclusividade se dilua. "Quanto mais fluído é o sexo, mais flexível, melhor. A gente só não pode passar o nosso limite mesmo. Agora, experimentar é sempre bom", finaliza.

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