Morre Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, aos 75 anos
Cantora, ícone da música nacional, era também compositora e escritora, além de dona de hits atemporais.
Faleceu na noite de segunda-feira (8), aos 75 anos, a cantora e compositora Rita Lee.
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Desde maio de 2021, Rita travava uma batalha contra um câncer no pulmão esquerdo. O motivo da morte não foi divulgado.
Durante o tratamento contra o câncer, Rita fez mais de 30 sessões de quimioterapia e radioterapia.
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Rita Lee Jones de Carvalho nasceu no dia 31 de dezembro de 1947, em São Paulo, capital, cidade que fixou residência por toda a sua vida.
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Ao longo da carreira vendeu mais de 55 milhões de discos.
Considerada a Rainha do Rock, ela nunca se limitou e flertou com vários gêneros. Ritmos como o pop rock, disco, new wave, MPB, Bossa Nova e música eletrônica fizeram parte de sua vasta discografia.
Ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, formou o grupo "Os Mutantes".
A união durou seis anos e seis discos, com canções que tocam até hoje, como "Panis et Circenses" e "Balada do Louco". Rita foi expulsa do grupo por Arnaldo, que havia recém-terminado seu casamento com ela, sob o pretexto de incompatibilidade artística.
Durante a Ditadura Militar no Brasil, Rita sofreu censura. Várias de suas músicas foram vetadas. Ainda assim, o álbum "Fruto Proibido" foi lançado em 1976 e a consagrou como uma grande artistas. "Agora Só Falta Você", "Esse Tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra" são algumas das faixas do projeto icônico.
No dia 24 de agosto de 1976, a Divisão de Entorpecentes apareceu em sua casa após receber denúncias sobre uso de drogas nos shows que fazia no Teatro Aquarius. Isso a fez ir para a cadeia, mesmo estando grávida de três meses de seu primogênito.
Um fato curioso é que Elis Regina compareceu no centro de detenção e ajudou Rita em sua libertação.
Durante as décadas seguintes, Rita lançou incontáveis hits.
"Jardins da Babilônia", "Mania de Você", "Chega Mais", "Doce Vampiro", "Lança Perfume", "Baila Comigo", "Flagra", "Desculpe o Auê", "Bwana", "Dona Doida", "Amor e Sexo" foram alguns.
Desde então, Rita vivia em sua chácara nos arredores de São Paulo, onde se dedicava às artes, animais e família. Nunca deixando de produzir, ela lançou diversos livros, pintou muitos quadros e acompanhava o crescimento de suas netas.
Guilherme Samora