Morre Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, aos 75 anos

Cantora, ícone da música nacional, era também compositora e escritora, além de dona de hits atemporais.

Faleceu na noite de segunda-feira (8), aos 75 anos, a cantora e compositora Rita Lee.

 Rui M. Leal/Getty Images

Desde maio de 2021, Rita travava uma batalha contra um câncer no pulmão esquerdo. O motivo da morte não foi divulgado.

O comunicado sobre a morte da artista foi feito pelo marido de Rita, o músico Roberto de Carvalho, nesta terça-feira (9), pelas redes sociais. Segundo ele, a cantora faleceu em sua residência, em São Paulo, "cercada de todo o amor de sua família, como sempre planejou".

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Durante o tratamento contra o câncer, Rita fez mais de 30 sessões de quimioterapia e radioterapia.

TV Globo / Bob Paulino

Como mostramos, o último registro em foto e vídeo em que ela aparece foi publicado pelo marido em 15 de abril, assistindo a uma homenagem a ela feita no "Altas Horas", da TV Globo.

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Rita Lee Jones de Carvalho nasceu no dia 31 de dezembro de 1947, em São Paulo, capital, cidade que fixou residência por toda a sua vida.

TV Globo / Marcos Mazini

Ao longo da carreira vendeu mais de 55 milhões de discos.

Considerada a Rainha do Rock, ela nunca se limitou e flertou com vários gêneros. Ritmos como o pop rock, disco, new wave, MPB, Bossa Nova e música eletrônica fizeram parte de sua vasta discografia.

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Ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, formou o grupo "Os Mutantes".

A união durou seis anos e seis discos, com canções que tocam até hoje, como "Panis et Circenses" e "Balada do Louco". Rita foi expulsa do grupo por Arnaldo, que havia recém-terminado seu casamento com ela, sob o pretexto de incompatibilidade artística.

Durante a Ditadura Militar no Brasil, Rita sofreu censura. Várias de suas músicas foram vetadas. Ainda assim, o álbum "Fruto Proibido" foi lançado em 1976 e a consagrou como uma grande artistas. "Agora Só Falta Você", "Esse Tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra" são algumas das faixas do projeto icônico.

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No dia 24 de agosto de 1976, a Divisão de Entorpecentes apareceu em sua casa após receber denúncias sobre uso de drogas nos shows que fazia no Teatro Aquarius. Isso a fez ir para a cadeia, mesmo estando grávida de três meses de seu primogênito.

Um fato curioso é que Elis Regina compareceu no centro de detenção e ajudou Rita em sua libertação.

Durante as décadas seguintes, Rita lançou incontáveis hits.

"Jardins da Babilônia", "Mania de Você", "Chega Mais", "Doce Vampiro", "Lança Perfume", "Baila Comigo", "Flagra", "Desculpe o Auê", "Bwana", "Dona Doida", "Amor e Sexo" foram alguns.

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Em 22 de janeiro de 2012, ela anunciou sua aposentadoria dos palcos. "Me aposento dos shows, mas da música, nunca", disse no triste discurso.

Desde então, Rita vivia em sua chácara nos arredores de São Paulo, onde se dedicava às artes, animais e família. Nunca deixando de produzir, ela lançou diversos livros, pintou muitos quadros e acompanhava o crescimento de suas netas.

Guilherme Samora

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Rita deixa seu marido, três filhos, netas e milhões de fãs.

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