7 monumentos racistas que existem pelo Brasil
Eles escravizaram negros, indígenas, exploraram terras e foram homenageados.
O incêndio da estátua do Borba Gato no último fim de semana em São Paulo reacendeu o debate sobre monumentos que homenageiam racistas dos séculos passados. Aqui, listamos 7 deles que continuam sendo contemplados diariamente Brasil afora.
Reprodução/Wikipédia
1. Domingos José (Uruguaiana, RS)
Reprodução/Prefeitura Uruguaiana
Considerado o fundador oficial da cidade de Uruguaiana, foi jornalista, militar, fazendeiro e "proprietário" de muitos escravos. Inclusive, enviou parte deles para o Uruguai durante a revolução farroupilha, e depois os trouxe de volta. Tudo isso para não ter prejuízo.
Após uma restauração ao monumento, o prefeito Ronnie Mello (PP) comentou no site da prefeitura de Uruguaiana: "Domingos José de Almeida é uma personalidade importante para nossa terra e, por vezes, pouco reconhecido, por isso fizemos questão de recuperar o monumento que sofreu com ação de vândalos”.
2. Fernão Dias Paes Leme (Pouso Alegre, MG)
Reprodução/Henrique Souza Miranda/Facebook
Foi um bandeirante que ficou conhecido como "o caçador de esmeraldas". Defendia a expulsão dos jesuítas, que eram contra a escravização dos indígenas. A título de curiosidade: quando Dias Paes Leme morreu quem assumiu o controle de sua bandeira foi o genro, Borba Gato. Sua estátua fica na cidade de Pouso Alegre.
3. Monumento às Bandeiras (São Paulo, SP)
Reprodução/Wikipédia
A obra de Victor Brecheret foi inaugurada em 1953, quando a cidade de São Paulo completava 400 anos. Nela, um bandeirante montando em um cavalo puxa outros homens. Muitas vezes o monumento foi alvo de protestos, recebendo tintas e pichações, como "bandeirantes assassinos".
4. Francisco Dias Velho (Florianópolis, SC)
Reprodução/Wikipédia
O bandeirante trazia a escravatura no DNA: seu pai também participou de bandeiras com o objetivo de escravizar indígenas. Dias Velho é conhecido por ter fundado a cidade de Florianópolis e é lá que está a estátua com seu nome.
5. Maurício de Nassau (Recife, PE)
Reprodução/Wikipédia
Foi um conde e militar germânico que administrou o estado de Pernambuco quando os holandeses dominaram a região. Apesar de ser registrado na história como um sujeito esclarecido, que apreciava a arte e as ciências, existem diversos documentos que comprovam como ele foi responsável por retomar o tráfico de escravos da África para o Brasil em 1642.
6. Rafael Tobias de Aguiar (Sorocaba, SP)
Reprodução/Prefeitura de Sorocaba
Conhecido como brigadeiro Tobias de Aguiar, foi um fazendeiro, comerciante, militar, filho de capitão-mor e político defensor de ideias liberais. Foi também o criador da Polícia Militar de São Paulo. Em um de seus imóveis, na cidade de Sorocaba, chegou a ter mais de 60 escravos. De acordo com a prefeitura da cidade, o monumento foi inaugurado em 1970 como "evocação à sua vida e aos seus exemplos cívicos".
7. Bartolomeu Bueno (Goiânia, GO)
Reprodução/Wikipédia
Ficou conhecido como "segundo Anhanguera", de quem era filho. Foi bandeirante e militar. De acordo com o historiador Ale Santos, "Bartolomeu participou dos primeiros movimentos sertanistas para desbravar o interior de SP em busca de ouro e escravos. Na época, ambos tinham quase o mesmo valor. Descobriu que os índios não enxergavam valor no metal". O bandeirante tem duas estátuas em sua homenagem: uma em São Paulo e a outra em Goiânia.
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