Ministro se irritou com comparação entre roupa de adolescente e de terrorista

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, defendeu propaganda da Abin e disse que população precisa alertar agentes se identificar risco.

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) lançou esta campanha publicitária nas redes sociais, incentivando as pessoas a procurarem policiais ou agentes de segurança se virem algum comportamento suspeito.

      

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Com a proximidade da Olimpíada, o risco de um atentado terrorista no Brasil cresceu.

Isso acontece porque, embora o país não tenha histórico de ataques desta natureza, os Jogos Olímpicos trarão ao Rio um enorme contingente de atletas, torcedores e jornalistas de países que são alvos tradicionais do terrorismo internacional, como Estados Unidos, França e Israel.

A campanha da Abin tinha como objetivo a orientar uma população não habituada a ver num pacote abandonado numa estação de metrô um risco, por exemplo, a avisar agentes de segurança.

Mas a campanha acabou gerando uma epidemia de memes.

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Nesta quarta (13), o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Sergio Etchegoyen, a quem a Abin está subordinada, defendeu a campanha.

O ministro aparece no centro da foto abaixo.

Graciliano Rocha / BuzzFeed Brasil

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Primeiro, ele disse que o “interpretações engraçadas” ou o "viés humorístico” poderiam ser úteis para passar a mensagem - isto é, para fazer as pessoas entenderem que um comportamento suspeito de alguém deve ser reportado ao agente de segurança mais próximo.

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Quando um repórter insistiu no questionamento do terrorista do anúncio da Abin se vestir igual a qualquer adolescente, o general Etchegoyen não levantou o tom de voz, mas foi incapaz de esconder a irritação.

Isto foi o que ele disse:

"Primeiro, ninguém está criticando adolescentes nem as roupas dos adolescentes".

"Aquele [comportamento estranho e roupas que podem esconder artefatos] é um tipo de padrão analisado nas atividades que o mundo já lamentou".

"Não quer dizer que as pessoas que andam de moletom e capuz sejam terroristas. Absolutamente não é isso".

"Reduzir todo o trabalho [de inteligência] a quem está de moletom e capuz ser um terrorista chega perto da ofensa".

Ministério da Defesa / Via Fotos Públicas

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O ministro mencionou a noite de terror de 13 de novembro de 2015, em Paris, quando 130 pessoas foram mortas em ataques suicidas simultâneos.


Além do ataque à casa de shows Bataclan, terroristas tiveram de explodir antes da hora bombas que levavam, nas imediações do Stade de France, porque pessoas acharam estranhas as atitudes deles e alertaram a polícia

Eles pretendiam entrar no estádio, mas foram impedidos. Além dos três terroristas, uma pessoa morreu e outras 10 ficaram feridas.

Franck Fife / AFP / Getty Images

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"Se nós nos lembrarmos daquele episódio no Stade de France e que foi evitado. As duas bombas explodiram do lado de fora porque aqueles dois cidadãos [na verdade, os terroristas] tiveram de explodir o material que traziam exatamente por terem sido identificados por pessoas que levaram o problema a policiais”.

"Além do mais, [colaboração da população] é uma prática que ocorreu em outras Olimpíadas, em outros eventos e ajudou muito a França para que a Eurocopa tivesse agora andado sem nenhum fato a lamentar”.

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