Ministério da Defesa usou verba de combate à covid para comprar filé mignon, salmão e picanha, aponta TCU

Tudo isso com o nosso suado dinheiro...

O Ministério da Defesa gastou R$ 535 mil destinados ao combate à pandemia de covid-19 para a compra de itens de luxo, como filé mignon e picanha. A revelação consta em auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).

Divulgação/Ministério da Defesa

As informações foram apuradas em levantamento sigiloso feito pela Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog) e publicadas nesta segunda-feira (27) pela Folha.

Inicialmente, a auditoria foi aberta para investigar supostas irregularidades por parte da pasta na aquisição de alimentos desde 2017. Chamaram a atenção dos técnicos os gastos das Forças Armadas durante a pandemia em 2020. Ao contrário de outros ministérios, como Saúde e Educação, a Defesa aumentou despesas durante a crise sanitária.

Alexandre Manfrim, Igor Soares/Ministério da Defesa

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Segundo a reportagem, a auditoria do TCU constatou que, dentre os órgãos superiores dos Três Poderes, o Ministério da Defesa foi o que mais gastou recursos para compra de itens considerados não essenciais. Destacam-se bacalhau, salmão, camarão e bebidas alcoólicas.

Leopoldo Silva/Agência Senado

Parte do dinheiro usado para a compra dos itens não essenciais, como filé mignon e picanha, foi obtida da ação orçamentária "21C0 – Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente do Coronavírus".

Alexandre Manfrim e Igor Soares/Ministério da Defesa

"Ressalte-se que, dos recursos destinados ao combate à pandemia Covid-19 utilizados indevidamente para aquisição de itens não essenciais (aproximadamente R$ 557 mil), 96% foram despendidos pelo Ministério da Defesa", revelou o documento. Esse porcentual representa os R$ 535 mil.

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Em nota à reportagem, a assessoria de imprensa da Defesa afirmou que atuou no combate à pandemia.

Alexandre Manfrim, Igor Soares/Ministério da Defesa

"Ressalta-se, ainda, que foram empregados cerca de 34 mil militares em todo o território nacional em atividades como desinfecção de locais públicos; distribuição e aplicação de vacinas; campanhas de doação de sangue; entrega de kits de alimentação e de higiene; transporte de pacientes, oxigênio e de itens de saúde", disse a pasta. O ministério afirmou ainda que o relatório não é conclusivo.

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