Manifestante teve olho perfurado em ato anti-Temer e passou por cirurgia

Hospital reportou que paciente teve lesão que perfurou olho esquerdo, e ela afirma que perdeu a visão. Governo Alckmin diz que procura a estudante para "dar início às devidas investigações, uma vez que ela não registrou o boletim de ocorrência".

Após a Polícia Militar reprimir pelo terceiro dia seguido um protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB), a estudante Deborah Fabri teve um ferimento no olho e passou por cirurgia.

Mel Coelho / Mamana Foto Coletivo

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Na manhã desta quinta (1º), depois de receber alta do hospital, ela publicou em seu Facebook que perdeu a visão esquerda.

      

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Ela escreveu:

Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo mas estou bem. Obrigada pelas mensagens e apoio logo logo respondo todos!!!

Segundo o boletim médico, Deborah chegou ao local "com trauma na região da face, escoriações nas pálpebras e região malar esquerda, e lesão perfuro contusa no olho esquerdo".

Nacho Doce / Reuters

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O Hospital de Olhos de São Paulo, para onde a estudante foi levada após receber atendimento no Hospital das Clínicas, divulgou o boletim nesta quinta:

A paciente Deborah Fabri foi internada em nosso serviço às 2h37 do dia 1º de setembro de 2016, com trauma na região da face, escoriações nas pálpebras e região malar esquerda, e lesão perfuro contusa no olho esquerdo.

A paciente foi submetida à cirurgia de urgência. Por ser tratar de um procedimento de alta complexidade oftalmológica, o prognóstico requer cuidados especiais.

A alta hospitalar ocorreu às 10h45, com orientação em relação às medicações a serem utilizadas e retorno para acompanhamento ambulatorial.

Foi o terceiro dia seguido em que a PM de São Paulo reprimiu protestos contra Temer e o impeachment de Dilma Rousseff.

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O BuzzFeed Brasil entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do governo do Estado de São Paulo.

O órgão diz que tenta localizar Deborah, "para que a Polícia Civil possa registrar o fato em que ela alega ter se envolvido e dar início às devidas investigações, uma vez que ela não registrou o boletim de ocorrência".

Leia abaixo a nota enviada à reportagem:

A SSP entrou em contato com a Universidade do ABC, onde estuda Deborah Fabri, para que sejam oferecidos os meios necessários para a localização dela e para que a Polícia Civil possa registrar o fato em que ela alega ter se envolvido e dar início às devidas investigações, uma vez que ela não registrou o boletim de ocorrência.

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