Mais de um milhão de pessoas ao redor do mundo já morreram por causa do coronavírus

Especialistas em saúde pública acreditam que contagem oficial é inferior à verdadeira devastação causada pelo vírus.

Adek Berry / AFP via Getty Images

Funcionários de hospital na Indonésia colocam lençol de plástico sobre uma mortalha branca que cobre o corpo de um paciente vítima de COVID-19.

Com a nova onda de aumento de casos de COVID-19 na Europa, nos Estados Unidos e em outros lugares, o mundo atingiu um marco devastador na última segunda-feira, quando o número registrado de pessoas que morreram de coronavírus ultrapassou 1 milhão.

O número de mortes reportado, que especialistas em saúde pública acreditam ser bem inferior ao da verdadeira devastação provocada pelo surto, marca um lembrete preocupante da falha global em conter o vírus desde o início e a luta contínua para controlá-lo sem uma vacina.

Desde que a COVID-19 foi identificada no final de dezembro em Wuhan, China, ela se espalhou pelo planeta, afetando quase todos os países do mundo. Mais de 33 milhões de casos foram registrados em todo o mundo, incluindo 7,1 milhões nos Estados Unidos — o país com maior número de casos no mundo — de acordo com dados do Coronavirus Resource Center da Universidade Johns Hopkins

Os Estados Unidos também registraram a maior quantidade de mortes de todos os países, com cerca de 205 mil americanos mortos, seguidos por Brasil, Índia e México. Embora os Estados Unidos representem apenas 4,3% da população mundial, a quantidade de vítimas da doença corresponde a mais de 20% das mortes relatadas em todo o mundo.

Nos últimos dias, os relatos de casos diários em todo o mundo têm aumentado, com uma média de cerca de 300 mil novos casos por dia nos últimos sete dias, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

Nos Estados Unidos, que na última semana registrou uma média de cerca de 40 mil novos casos por dia, especialistas em saúde pública alertam para uma possível piora à medida que as temperaturas começam a cair.

"Não estamos numa boa situação", disse Anthony Fauci, um dos principais cientistas de doenças infecciosas dos Estados Unidos, durante uma entrevista no programa "Good Morning America". "À medida que nos aproximamos do outono e do inverno no hemisfério norte, é necessário que o nível de difusão da comunidade seja o mais baixo possível."

Fauci observou que, à medida que o tempo esfria, as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados, onde, descobriram os pesquisadores, o vírus tem maior probabilidade de se espalhar por meio de partículas no ar.

Na Europa, as autoridades começaram a implementar novas restrições em bares, restaurantes e outros comércios, à medida que vários países atingidos pelo vírus na primavera tentam evitar um novo aumento nas hospitalizações.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que contraiu a COVID-19 no início deste ano, pediu aos líderes mundiais que se unissem contra a doença, descrita por ele como um "inimigo comum".

“Com quase um milhão de mortos, um sofrimento econômico colossal já infligido e mais por vir, há uma exigência moral para a humanidade ser honesta e chegar a um entendimento conjunto sobre como a pandemia começou e como foi capaz de se espalhar — não porque quero culpar qualquer país ou marcar pontos", disse Johnson no sábado em um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.

“Mas porque acredito — como alguém que já se contaminou com a doença — que todos temos o direito de nos informarmos para que possamos, coletivamente, fazer o melhor para evitar uma recorrência."

Este post foi traduzido do inglês.

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