Lanchonete retira placa em que negava comida para moradores de rua

Segundo o proprietário, o aviso estava lá temporariamente para inibir a ação de moradores de uma ocupação próxima ao estabelecimento.

Essa foto de um anúncio pendurado em uma lanchonete de São Paulo vem chamando atenção nas redes sociais.

      

Na legenda da imagem, publicada por Gustavo Menezes, há um link para a página do estabelecimento no Facebook, na qual as pessoas começaram a dar classificações negativas por causa do cartaz.

A página não é oficial, e sim um "local" do Facebook, no qual os usuários podem obter informações e fazer check-in pela rede social.

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Os comentários mostravam revolta e muita gente alegando que não frequentaria mais o local.

Muitos reclamaram de falta de "humanidade" e "compaixão".

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Como pode-se ver nesta foto publicada no Instagram em dezembro de 2016, a placa não é tão recente.

Em entrevista ao BuzzFeed Brasil, o proprietário da lanchonete, Gerson, afirmou que o aviso foi uma medida extrema para inibir moradores de uma ocupação que havia invadido comércios na região durante um período.

Segundo ele, uma casa abandonada na rua Vergueiro (próxima à lanchonete) foi invadida por aproximadamente 30 pessoas, que vagavam pelos comércios da região pedindo coisas para as pessoas. Ele afirma que a placa foi colocada apenas para inibir a ação delas, "Depois a polícia desapropriou a casa e a placa foi retirada. Isso durou de três a quatro meses", afirma.

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O proprietário diz que não haveria como proibir a venda de marmitas para pessoas que quisessem comprá-las para moradores de rua.

Segundo Gerson, os clientes perguntavam o porquê da placa, mas não houve nenhum tipo de reclamação e, neste período, ele não deixou de vender ou entregar marmitas para quem quisesse dá-las para um morador de rua. Ele diz que não seria possível nem ideal perguntar para cada cliente o que faria com a marmita.

Ele afirma que os membros da ocupação não pegavam apenas uma marmita por vez e que insistiam com seus clientes até terem um número satisfatório para levar para os demais moradores da ocupação. "O que acontece é que as pessoas aumentam demais as coisas", diz.

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