Jéssica Ellen processa Farm por uso indevido de imagem

Atriz pede desde outubro indenização por publicidade não autorizada.

Depois de enfrentar duras críticas por ter criado um cupom de desconto como pretexto para ajudar a família de Kathlen Romeu, vítima de uma bala perdida, no Rio, a Farm deve enfrentar agora nova polêmica. A atriz Jéssica Ellen, que esteve recentemente em "Amor de Mãe", decidiu entrar na justiça contra a marca por uso indevido de imagem.

O processo corre na Justiça desde outubro de 2020, ou seja, antes de toda a treta que ganhou as manchetes nesta semana.

A razão é simples: a marca usou uma foto da atriz usando a roupa para publicar em suas redes sem ter pedido autorização a ela.

Reprodução/Instagram

Segundo o processo, a marca "jamais solicitou autorização à autora para referido uso, de modo que jamais poderia utilizar-se do nome e da imagem da autora para promoção da sua marca e de seus negócios, com o claro intuito comercial de atrair uma maior clientela e aumentar sua renda, aproveitando-se, para isso, de toda reputação e prestígio alcançados pela artista perante o público".

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Ao perceber que deveria ter pedido autorização, a Farm chegou a tentar um acordo com a atriz.

"Extrajudicialmente ela ofereceu R$ 1.000", afirma o advogado de Jessica, Caio Mariano. "Mas moveu uma outra ação contra a atriz, sugerindo unilateralmente o valor de R$ 18.000 como indenização pelo uso não autorizado de sua imagem, depositando em juízo o valor como forma de tentar resolver a questão".

Ou seja: sem consultar a atriz, a Farm decidiu quanto teria de pagar pela indenização.

Nas justificativas, a Farm afirma que havia dado o vestido de presente a Jessica.

Dizem os advogados da atriz no processo: "Não é preciso grande conhecimento legal para que se tenha ciência de que, um presente da Ré, jamais poderia justificar ou legitimar a publicidade não autorizada e não remunerada da imagem da autora".

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Os representantes da atriz não aceitaram o acordo.

O atual processo pede R$ 140 mil, sendo R$ 20 mil por danos morais e R$ 120 mil por danos materiais.

A Farm ainda não foi citada judicalmente.

Recentemente, o grupo que a administra adquiriu também a Hering, o que fez dela um grande conglomerado de moda.

A coluna entrou em contato com Jéssica, que mandou um texto sobre o assunto.

"Fico impressionada em como até hoje as pessoas tem um olhar de descaso para as pessoas negras, e isso independe da profissão ou classe social. No caso da Farm não é de hoje, tem precedentes. No meu caso, utilizaram minha imagem sem autorização e quando questionados fizeram uma proposta tão abusiva quando o uso indevido. O que leva uma empresa do tamanho da FARM a usar minha imagem sem autorização? Eles sabem o que estão fazendo.

Sou uma artista, vivo também da minha imagem, credibilidade, quando associo minha cara à alguma marca, sempre analiso criteriosamente as propostas antes de dizer sim, e sou remunerada pra isso. As empresas têm que entender de uma vez por todas que “a carne mais barata do mercado” nunca mais será a carne negra. E caso eles 'se esqueçam', estamos aqui pra lembrar. Temos de recorrer à justiça, a exposição pública do problema."

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A coluna tentou contatar a Farm, sem sucesso.

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