Informação de que 7 ministros de Temer são investigados na Lava Jato é falsa
* Só Romero Jucá, ministro do Planejamento, é alvo de inquérito até agora. * Geddel (Governo) e Henrique Alves (Turismo) foram citados em caso envolvendo OAS. * Outros 6 ministros aparecem na lista da Odebrecht.
Provavelmente você viu posts e tuítes que diziam que 7 ministros nomeados por Michel Temer eram investigados na Lava Jato.
Na verdade, só um ministro de Temer é oficialmente investigado em inquérito que corre no STF (Supremo Tribunal Federal). É o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que virou ministro do Planejamento.
Ueslei Marcelino / Reuters
Romero Jucá, ministro do Planejamento: investigado sob suspeita de receber propina de empreiteiras.
Nomeado por Temer para o Ministério do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) é investigado sob suspeita de receber propinas de empreiteiras que tem contratos com a Petrobras no inquérito número 3989 do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele nega.
Jucá já foi ministro da Previdência de Lula, entre março e julho de 2005. Ele deixou o cargo após acusações de que teria participado de uma fraude envolvendo empréstimos do Banco da Amazônia a uma empresa da qual foi sócio nos anos 1990. À época, ele disse que as acusações eram levianas.
Outros dois nomeados ontem também estão encrencados na Lava Jato. Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves foram citados na delação premiada de Léo Pinheiro, dono da empreiteira OAS. Mas, como a delação ainda não foi homologada, não existe um inquérito específico sobre eles.
Paulo Whitaker / Reuters
Geddel Vieira Lima foi referido em investigação envolvendo a empreiteira baiana OAS.
Geddel Vieira Lima, do PMDB-BA, foi nomeado ministro da Secretaria de Governo. Ele já havia sido ministro da Integração no governo Lula, vice-presidente da Caixa no governo Dilma, mas rompeu com os petistas e passou a defender o impeachment.
Ueslei Marcelino / Reuters
Henrique Eduardo Alves também foi citado em investigação envolvendo a OAS. Inquérito sobre ele ainda depende de conclusão da delação de Léo Pinheiro.
Henrique Eduardo Alves, do PMDB-RN, foi nomeado ministro do Turismo. É o mesmo cargo que ele ocupava até março no governo Dilma.
Há outros 6 políticos nomeados por Temer que aparecem na superplanilha da Odebrecht.
Mas não é possível afirmar até agora afirmar se foram doações legais ou foi por caixa dois. Os papéis estão no STF, mas a sua análise ainda não começou porque executivos da Odebrecht também negociam delação premiada.
Os ministros de Temer na lista da empreiteira são:
José Serra (Relações Exteriores), do PSDB-SP.
Bruno Araújo (Cidades), do PSDB-PE.
Mendonça Filho (Educação), do DEM-PE.
Ricardo Barros (Saúde), do PP-PR.
Raul Jungmann (Defesa), do PPS-PE.
Osmar Terra (Desenvolvimento Social), do PMDB-RS.
Outros dois ministros não aparecem na lista, mas parentes deles, sim.
Zequinha Sarney (Meio Ambiente), do PV-MA: o ex-presidente José Sarney e a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, pai e irmã do novo ministro, aparecem na lista.
Leonardo Picciani (Esporte), do PMDB-RJ: o pai do ministro, Jorge Picciani, que preside a Assembleia Legislativa do Rio, também aparece relacionado a doações.
Os documentos, que foram apreendidos pela Lava Jato na casa de um executivo da empresa, relacionam pagamentos a mais de 300 políticos e 20 partidos.
Graciliano Rocha