10 histórias controversas sobre bonecas Barbie que o mundo parece ter esquecido

Sim, a Barbie já esteve envolvida com o FBI.

Há quem ame e há quem odeie, mas o fato é que todos sabem quem é a Barbie. Como Greta Gerwig disse em uma entrevista ao The Guardian, "Barbie foi à lua antes mesmo que as mulheres pudessem ter cartões de crédito... Ela sempre esteve um passo à frente." Mas a Barbie também teve algumas controvérsias e escândalos ao longo dos anos.

Greta Gerwig on the hot pink carpet with the Barbie cast at the film's European premiere
Greta Gerwig on the hot pink carpet with the Barbie cast at the film's European premiere

Gareth Cattermole / Gareth Cattermole / Getty Images

Inclusive, o filme da Barbie foi banido no Vietnã devido a um mapa que mostra a "linha das nove raias" no Mar da China Meridional.

Reunimos algumas das controvérsias mais surpreendentes sobre a Barbie:

Publicidade

1. A Mattel foi processada por supostamente copiar uma boneca alemã, Bild Lilli, que era retratada como uma acompanhante de luxo.

Science & Society Picture Librar / SSPL via Getty Images, Gabe Ginsberg / Getty Images for Barbie: A Cultural Icon Exhibition

Em 1956, a criadora da Barbie e co-fundadora da Mattel, Ruth Handler, estava viajando pela Suíça quando uma boneca chamada Bild Lilli chamou sua atenção.

A boneca Lilli foi baseada em uma história em quadrinhos publicada em jornais alemães sobre as aventuras de uma jovem e desinibida profissional do sexo, e as bonecas Lilli não foram originalmente feitas para crianças. Elas eram vendidas em tabacarias, lojas de brinquedos adultos e eram frequentemente compradas para despedidas de solteiro.

Ruth Handler trouxe várias bonecas Bild Lilli de volta aos Estados Unidos e, três anos depois, em 1959, a primeira boneca Barbie chegou às prateleiras de lojas de brinquedos dos Estados Unidos. Greiner & Hausser, a empresa alemã de brinquedos que fabricava as bonecas Lilli, processou a Mattel por copiar seu design. O caso foi resolvido fora do tribunal em 1963 e, em 1964, a Mattel comprou os direitos autorais e de patente da Greiner & Hausser.

2. A Barbie "Festa do Pijama" oferecia conselhos de dieta "úteis", como por exemplo "não coma", para crianças.

eBay / Via ebay.com, eBay / Via ebay.com

Não é preciso ser um gênio para ver que o corpo da Barbie não é saudável ou realista para uma pessoa humana. Tipo, quem tem uma cintura menor que a cabeça? Cadê os órgãos dela???

Bem, em 1965, a Barbie Festa do Pijama vinha acompanhada por um pijama fofo, rolos para o cabelo e um livrinho de conselhos sobre dieta que dizia apenas: "Não coma". Ótima dica se você for uma boneca de plástico, mas profundamente perigosa para seres humanos...

Publicidade

3. A boneca que passou pela puberdade em um piscar de olhos, ou melhor, em um movimento de braço.

Você conhece a irmã mais nova da Barbie, a Skipper. Em 1975, "Growing Up Skipper" foi lançada para ensinar as crianças sobre a puberdade, mas acabou gerando muita polêmica. Os peitos da Skipper cresciam ao girar o braço esquerdo da boneca, que também ficava mais alta no processo. Para deixar as coisas ainda mais bizarras, o texto na caixa celebrava sua transformação de "garotinha fofa" em "adolescente alta e curvilínea". É desconfortável, na melhor das hipóteses. Jornais e revistas da época criticaram a boneca e ela foi descontinuada em 1977.

4. A Barbie fogosa.

Barbie's skates sparking
Barbie's skates sparking

Mattel / Via reddit.com

O humorista Dave Barry se interessou particularmente por essa boneca perigosa. Ele compartilhou uma carta de um pai preocupada que dizia: "Ano passado, minhas filhas ganharam duas 'Rollerblade Barbie's' da Mattel. No dia 8 de março, minha filha de 8 anos estava brincando no salão de beleza com seu irmão de 4 anos. Depois de borrifá-lo com spray de cabelo, as crianças começaram a brincar com o patins da Barbie. Minha filha inocentemente passou o patins da boneca na calça do irmão, que começou a pegar fogo. Sinto a necessidade de alertar potenciais compradores sobre o perigo que correm."

Barry pediu a seus leitores que lhe enviassem uma dessas Barbies proibidas e participou do "The Late Show" com David Letterman, onde usou a boneca para colocar fogo em peças íntimas.

Publicidade

5. Um coletivo ativista de artistas hackeou bonecas Barbie em protesto contra os papéis de gênero.

teen talk barbie
teen talk barbie

Etsy / Via etsy.com

A influência da Barbie nas garotas ao redor do mundo existe há tanto tempo quanto a própria Barbie. Ela é uma "girl boss" que pode ser o que quiser, desde cientista até presidente dos Estados Unidos, ou uma boneca patriarcal projetada para deixar as garotas obcecadas com sua aparência e odiarem seus corpos.

Em resposta a uma boneca Teen Talk Barbie de 1992 que falava frases pré-gravadas como "aula de matemática é difícil" e "vamos às compras", no início dos anos 90, a "Barbie Liberation Organization" resolveu o problema por conta própria. Liderado pelo então estudante de arte Igor Vamos, que agora é professor e integrante do grupo The Yes Men, o grupo pegou as bonecas Barbie falantes e trocou as gravações com falas dos bonecos G.I. Joe para ilustrar como os brinquedos reforçavam normas de gênero ultrapassadas. O grupo colocou as bonecas adulteradas de volta nas prateleiras das lojas de brinquedos, bem a tempo do Natal de 1993.

Relatos das caixas de voz trocadas logo começaram a aparecer no noticiário quando pais confusos relataram Barbies dizendo coisas como "a vingança é minha" e "coma chumbo, cobra" na voz desgastada de um soldado. A Mattel se recusou a comentar a situação, e a Hasbro, fabricante dos brinquedos do G.I. Joe, disse que era "meio ridículo".

6. A Oreo Fun Barbie deveria ter sido uma colaboração fofa da Nabisco, mas acabou sendo acidentalmente racista.

oreo fun barbie
oreo fun barbie

Poshmark / Via poshmark.com

Em 1997, a Mattel lançou a Oreo Fun Barbie, uma doce boneca baseada na famosa bolacha. A versão branca da boneca vendeu bem, então, no final do ano, uma Barbie Oreo Fun negra chegou às prateleiras. Mas havia um problema. Nos EUA, "oreo" também é uma gíria depreciativa para uma pessoa negra que rejeita sua cultura e adota as normas culturais brancas. A boneca foi rapidamente removida das lojas.

Publicidade

7. A casa dos sonhos da Barbie não é acessível.

child playing with a barbie in a wheelchair
child playing with a barbie in a wheelchair

Brian Brainerd / Denver Post via Getty Images

Becky era a amiga da Barbie, apresentada pela primeira vez em 1997. Ela foi um sucesso instantâneo, vendendo 6.000 bonecas apenas nas duas primeiras semanas, mas quando as crianças a tiraram da caixa, começaram a ter problemas.

A cadeira de rodas de Becky não cabia nas portas ou no elevador da Casa dos Sonhos da Barbie. Como Becky poderia entrar totalmente no mundo da Barbie se ela não conseguia nem entrar pela porta? Então, em vez de modificar a casa da Barbie ou criar uma casa acessível para Becky, a Mattel descontinuou a boneca.

Karin Hitselberger escreveu em um blog sobre sua própria experiência brincando com Becky quando criança, dizendo à Public Radio International que o desastre da Becky reflete problemas maiores que pessoas com deficiência vivenciam em nossa sociedade. "Muitas vezes falamos sobre 'consertar a deficiência', em vez de focar em 'consertar a sociedade'", ela disse.

8. A Mattel processou a Aqua por causa de seu hit "Barbie Girl" - e perdeu.

Também em 1997, a música "Barbie Girl", da banda Aqua, virou um grande sucesso, mas nem todo mundo estava cantando alegremente. A Mattel entrou com uma ação contra a Aqua, alegando que a música infringia seus direitos autorais e criava confusão entre os ouvintes, pensando que a Mattel estava por trás da canção. No entanto, como a música era claramente uma paródia, o caso foi arquivado.

Publicidade

9. Quando a amiga de Barbie, Midge, engravidou, alguns pais mais uma vez sentiram que a Mattel tinha ido longe demais.

pregnant Midge with Allan and Ryan
pregnant Midge with Allan and Ryan

Lawrence Lucier / Getty Images

Em 2002, a Mattel lançou uma versão grávida da amiga da Barbie, Midge, como parte do conjunto Happy Family, que incluía o marido (e amigo do Ken) Allan e o filho de 3 anos, Ryan. A boneca Midge grávida usava uma aliança de casamento e tinha uma barriga magnética.

O Walmart retirou a boneca das prateleiras e a porta-voz Cynthia Illick explicou: "Os clientes se preocupavam ao ver uma boneca grávida". No entanto, o site da Mattel na época descrevia a boneca como "um acessório maravilhoso para os pais usarem com seus filhos para encenar situações familiares – especialmente em famílias que antecipam a chegada de um novo irmão".

Quando Midge reapareceu, em 2013, ela não foi mais retratada como mãe e voltou às suas raízes dos anos 1960 como amiga ruiva da Barbie.

10. O FBI enviou um alerta sobre a Video Girl Barbie.

video girl barbie
video girl barbie

Timm Schamberger / DDP/AFP via Getty Images

Sim, a Barbie tem um histórico com o FBI. Em 2010, a Video Girl Barbie foi lançada. A boneca tinha uma lente em seu colar, que conseguia gravar 30 segundos de vídeo, e uma tela nas costas onde as crianças podiam assistir o conteúdo gravado.

Mas o FBI viu algo preocupante com a boneca. Eles enviaram um alerta às delegacias norte-americanas sobre o potencial uso da boneca na produção de pornografia infantil. No entanto, o alerta vazou na mídia, e as manchetes passaram a chamar a boneca de "Barbie pervertida".

A Mattel divulgou uma declaração esclarecedora dizendo: "O FBI não está relatando que nada aconteceu. Steve Dupre, do escritório do FBI em Sacramento, confirmou que não houve incidentes em que esta boneca tenha sido usada como algo diferente do pretendido. Os produtos Mattel são projetados para crianças e tem os melhores interesses delas em mente. Muitos dos funcionários da Mattel são pais e entendemos a importância da segurança infantil - é nossa prioridade número um".

Publicidade

Veja também