É hora de reconhecer que a Hera Venenosa, de "Batman & Robin", tinha toda a razão

O filme, lançado em 1997, flopou, mas a vilã segue um ícone.

BuzzShe

O filme “Batman & Robin” estreou nos cinemas em 1997 e foi um fracasso de crítica e público porque, basicamente, não levava os personagens a sério. 

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O flop foi tão grande que levou oito anos para o homem-morcego voltar às telonas, em “Batman Begins”, que tinha um tom bem diferente.

“Batman & Robin” teve George Clooney no papel principal e Senhor Frio e Hera Venenosa como vilões. Com o passar dos anos, o filme virou um clássico trash e camp (exagerado, cafona, artificial), e o público notou um detalhe importante: os vilões tinham motivações bastante compreensíveis.

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Senhor Frio é um cientista, vencedor do prêmio Nobel de biologia molecular, que enlouquece enquanto tenta encontrar a cura para uma rara doença de sua esposa.

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Mas queremos mesmo é falar da Hera Venenosa (interpretada pela maravilhosa Uma Thurman)...

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O longa nos apresenta a botânica Pamela Isley, que trabalha em um projeto de preservação de árvores na América do Sul. Ela busca uma mutação que faça as plantas capazes de revidar os estragos causados pelos humanos, como ela mesma diz. Parece meio exagerado, mas ela estava, de qualquer maneira, querendo combater o desmatamento.

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E é boicotada por um outro cientista, Dr Jason Woodrue, que usa sua pesquisa para criar um super soldado - o Bane, outro vilão conhecido do universo “Batman”. Essa pataquada toda só aconteceu porque o financiamento do trabalho dele e de Pamela foi cortado. E adivinha quem pagava esse boleto? A Wayne Enterprises, do Bruce Wayne, o Batman.

Pamela é correta, discreta e muito engajada no que faz. Acontece que o tal outro cientista tenta matá-la derramando sobre ela todas as toxinas de suas experiências. Com isso, surge o alter ego de Pamela, a Hera Venenosa.

“É hora de as plantas pegarem de volta o que a elas pertence. Porque não é nada legal brincar com a mãe natureza”, diz Hera. Ou seja, ela continua querendo proteger a natureza.

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A Hera Venenosa vai para Gotham City mega disposta a dialogar. Ela procura Bruce Wayne com uma proposta para cessar todos os poluentes do planeta - e ela tem na mão um calhamaço com umas 200 páginas, ou seja, trata-se de algo em que ela já vinha trabalhando.

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Bruce não dá nenhuma atenção ao projeto e a negativa vem com uma desculpa esfarrapada: “Os humanos vem primeiro”, mostrando que ele não tem a menor ideia de como funcionam as relações de exploração de fontes de energia não renovável, por exemplo.

“Plantas reivindicarão esse planeta, e não haverá ninguém para lhes proteger”, Hera diz, nervosa. Todo mundo ri da cara dela e Bruce a convida para um leilão de um diamante para levantar fundos para o jardim botânico da cidade. Um bilionário bancando um jardim botânico. Sério.

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Para chamar atenção para sua causa, Hera Venenosa precisa entregar lookinhos e uma performance sexualizada. E, para ter a atenção de Batman e Robin, ela recorre a feromônios que os deixam sexualmente atraídos por ela. São tantas as humilhações que ela perde as estribeiras e decide matar os dois.

Ela se une ao Senhor Frior em um plano de espalhar pelo mundo uma nova era glacial para que eles possam “dar uma chance para a mãe natureza começar de novo”. A causa dela segue nobre, mas os meios ficaram questionáveis, infelizmente.

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Hera Venenosa acaba derrotada pela Batgirl, num clássico caso de mulheres sendo colocadas umas contras as outras.

Ela é presa em Arkham e sua pesquisa provavelmente segue arquivada, já que Bruce Wayne prefere investir seus bilhões em tanques de guerra e trajes cheios de acessórios do que em projetos que tragam avanços efetivos para a sociedade e o meio ambiente. 

Hera Venenosa tem seu apoio?

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sem noção, tadinha

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