10 fatos importantes sobre os ataques sofridos pelos Yanomamis

Garimpeiros de ouro continuam intimidando e alvejando indígenas em Roraima.

Na última segunda (10), garimpeiros de ouro abriram fogo contra indígenas Yanomami no município de Alto Alegre, em Roraima, dando início a uma escalada de violência na região.

Reprodução/Amazônia Real

Para que você entenda melhor esses ataques, o BuzzFeed levantou 10 pontos importantes sobre o que está acontecendo por lá:

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1. Os Yanomamis são a sétima maior etnia indígena do Brasil. Suas aldeias ficam nos estados de Roraima, Amazonas e numa parte da Venezuela. No mapa abaixo, a região em laranja é regulamentada como Terra Indígena, ou seja, a lei assegura que ela não pode ser explorada.

Amazônia Real

O território Yanomami tem cerca de 10 milhões de hectares e, ali, vivem 27 mil indígenas.

2. O garimpo ilegal e a violência contra esses povos não são novidades. O relatório “Massacres no campo”, da Comissão Pastoral da Terra, registra ataques de garimpeiros contra Yanomamis desde a década de 1980. Inclusive, em 1993, eles foram vítimas do primeiro crime julgado como genocídio na história do Brasil.

Num ataque violento, que ficou conhecido como Massacre de Haximu, garimpeiros tiraram a vida de 16 indígenas, entre eles, mulheres e crianças.

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3. Dessa vez os ataques começaram em 10 de maio, com intimidações e tiros contra a comunidade Palimiú, que fica às margens do rio Uraricorera, Um vídeo feito pelos indígenas mostra um novo ataque na quarta-feira (12).

Os Yanomami revidaram os tiros. Três garimpeiros foram mortos e quatro ficaram feridos, segundo reportagem publicada pelo G1. Um indígena foi atingido de raspão por um tiro, conforme informado pela Hutukara Associação Yanomami.

4. No dia 11 de maio, a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal para exigir a retirada dos invasores da terra indígena.

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6. O clima de medo e insegurança continuou no município de Alto Alegre. Segundo a Apib, a escalada de violência é resultado de uma nova união com o crime organizado.

"A novidade desta onda de ataques são os indícios da participação de organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas na atividade garimpeira, em especial nas regiões de maior extração de ouro", publicou, em nota, a associação.

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7. De acordo com a Apib, os garimpeiros tomaram de assalto um ponto estratégico nos rios Uraricoera e Parima, cobrando pedágio e dificultando o acesso e circulação dos indígenas dentro do próprio território.

Andressa Anholete / Getty Images

8. Outro motivo que teria levado aos ataques violentos seria uma espécie de barreira sanitária feita pelos indígenas para evitar a contaminação por Covid-19 e o avanço do garimpo ilegal na Terra Yanomami, de acordo com o Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuanna (Condisi-Y).

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9. O governo enviou o Exército para a região, mas nem assim os indígenas se sentiram seguros, já que lideranças Yanomami denunciaram militares por abuso, truculência e pela prisão de um jovem indígena inocente, conforme noticiado pela Folha.

Andressa Anholete / Getty Images

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10. Em nota, os indígenas deixaram bem claro que vão continuar lutando pelo que lhes é de direito: "Não descansaremos enquanto nossos povos estiverem sob ataque".

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