Funcionários da Pixar revelam censura da Disney a conteúdos LGBTQIA+

Empresa se complicou ao financia políticos que apoiaram lei da Flórida que veta o debate LGBQIA+ em salas de aula.

A Disney, um dos maiores conglomerados de entretenimento do mundo, está com um grande pepino em suas mãos. Funcionários do estúdio de animação Pixar, que faz parte do grupo, estão acusando a empresa de censurar conteúdos LGBQIA+ em suas produções.

Essas denúncias não vieram à toa. Aconteceram logo depois da aprovação de uma lei bastante controversa na Flórida.

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Foi aprovado no estado norte-americano o projeto de lei “Don’t say gay”, que permite que os pais processem as escolas por abordarem temas LGBTQ+.

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Mas o que a Disney tem a ver com isso?

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A companhia doou US$ 5 milhões para a campanha de políticos que apoiaram este projeto.

De acordo com o site Deadline, Bob Chapek, CEO da Disney, afirmou que a empresa está “trabalhando nos bastidores” para fazer com que senadores da Flórida vetem a lei. “Entendo que nossa abordagem inicial, mesmo bem intencionada, não foi efetiva”, disse o executivo, que prometeu uma doação de US$5 milhões a instituições LGBTQIA+.

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Mas essa postura da empresa desencadeou uma série de denúncias, como as vindas da Pixar.

De acordo com a Variety, uma carta aberta feita por funcionários da Pixar fala sobre censura da Disney a cenas de afetos entre personagens do mesmo sexo.

“Nós da Pixar testemunhamos pessoalmente belas histórias, cheias de personagens diversos (...) Mesmo que a criação de conteúdo LGBTQIA+ fosse a resposta para corrigir a legislação discriminatória no mundo, estamos sendo impedidos de fazer isso. Além do conteúdo que não temos permissão para criar, exigimos ação", diz um trecho da carta.

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A Disney começou a incluir temáticas LGBTs em suas produções faz pouco tempo, e as inserções ainda são bastante tímidas. Longas como "Cruella", "Jungle Cruise" (ambos de 2021) e "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica" (2020) tem personagens que se identificam como homossexuais, e a série "High School Musical: o Musical: a Série" e o filme da Marvel "Eternos" incluíram casais - e beijos - gays.

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O curta-metragem "Segredos Mágicos", disponível na Disney Plus, é a primeira produção da Pixar sobre um casal homoafetivo.

Em resposta às denúncias, a Disney usou um de seus perfis no Instagram para divulgar um comunicado reiterando seu compromisso com a comunidade LGBTQIA+, mas sem citar qualquer acusação.

"Para nossa comunidade LGBTQIA+ no estúdio e em todo o mundo, a Disney Animation está ao seu lado! Denunciaremos qualquer legislação que infrinja seus direitos humanos fundamentais. Você merece estar seguro, ser respeitado e capaz de viver sua vida livre de discriminação", diz o post.

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Estamos de olho, hein Mickey!

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