"Final Fantasy XVI" vem com tudo para uma disputa de jogo do ano?

A história de Clive e as reviravoltas constantes no roteiro são sim uma boa pedida para quem quer conhecer um mundo cheio de aventuras.

Todo anúncio de um novo "Final Fantasy" me deixa naturalmente eufórico, afinal, trata-se de minha franquia de RPG favorita!

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Logo que "Final Fantasy XVI" foi anunciado como um jogo exclusivo para o Playstation 5 eu já sabia: era o motivo para comprar o console. Valeu a pena? Sim, pois "Final Fantasy XVI", apesar de possuir alguns problemas sérios em sua composição, consegue cumprir a missão de apresentar um mundo vasto e rico (como é próprio da franquia).

Em nossa jornada somos apresentados a Valisthea, um mundo formado por dois continentes: Cinza e Tormenta.

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Em Valisthea, temos uma sociedade que se organiza em torno de grandes montanhas cristalinas chamadas “Cristais-Máter”. Tais cristais concedem aos povos suas bençãos, usando o éter (força do planeta) para conjurar magias. Cada nação possui o seu cristal Máter e ,durante muito tempo, viveram em Paz. Porém, com o surgimento da Praga, uma ameaça cinzenta que destrói Valisthea, as nações começam uma eterna guerra em busca do domínio dos Cristais-Máter além de conquistar novas terras ainda não destruídas.

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Dentro desse ambiente conflituoso, somos apresentados à família Rosfield (mandatários do Ducado de Rosaria), em especial os irmãos Clive e Joshua. Clive, irmão mais velho, é nomeado escudo de Joshua, detentor da Fenix, o Eikon de fogo.

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Eikon? O que é isso? São grandes invocações existentes no universo de Valisthea. Aqueles que possuem um Eikon são chamados Dominantes e funcionam como uma espécie de arma de guerra para as nações, visto o tamanho poder que possuem.

Toda história de "Final Fantasy XVI" gira em torno da figura de Clive e sua relação com seu irmão mais novo, além dos embates com as nações que compõe Valisthea.

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Não adentrarei em detalhes da história, pois ela é a grande razão por trás do sucesso de "Final Fantasy XVI". Somos apresentados a uma narrativa bem mais madura e cruenta do que em capítulos anteriores da franquia.

Não é errado pensarmos que apostaram muito em uma pegada estilo "Game of Thrones" (as vezes passam até um pouco do ponto). A história é tão cheia de idas e vindas, personagens e lugares diversos, que foi implementado uma espécie de glossário no jogo onde basta você segurar um botão e o jogo irá pausar e te informar quem são os personagens em cena, em que lugar tudo está acontecendo e até mesmo detalhes sobre o que está sendo falado (isso foi algo super bem-vindo no início do jogo, depois não é tão necessário assim).

Temas complexos não são novidades em "Final Fantasy", mas a forma como são abordados aqui surpreende.

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Se anteriormente víamos algo mais poético e implícito, tudo aqui é muito cru. Temos algumas cenas realmente violentas (uma em especial me surpreendeu bastante), além de uma trama política bem amarrada e cativante. Além disso os personagens são bem construídos e você acaba de apegando a eles, e chegando até mesmo a sentir saudades de alguns que não seguem até o final da história (spoilers).

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Agora a grande diferença desse capítulo de "Final Fantasy" em relação aos demais está na jogabilidade. Pela primeira vez temos uma escolha de um combate totalmente desvinculado de turnos e abraçando de vez a ideia de RPG de ação.

Não vou negar que isso me incomodou bastante no anúncio, mas depois me acostumei com a ideia. Para realizar essa transição a Square Enix trouxe Ryota Suzuki, designer de combate de jogos como Monster Hunter e Devil May Cry 5. Quem teve contato com essas franquias e jogou "Final Fantasy XV" verá de cara que temos muitos elementos de combate dos jogos citados.

Contudo, o que poderia ser realmente bom se tornou algo um pouco tímido e repetitivo. Os combates são sim épicos, cheio de inimigos gigantes, alguns elementos do tipo “quick time event” para dar um ar ainda maior às batalhas, mas, no fundo, os combos são mais do mesmo. A primeira vez você se empolga, depois fica tudo igual... A impressão que passa é que existiu sim a vontade de fazer um combate digno de Hack n Slash, mas não tiveram coragem para tanto e pararam no meio do caminho.

Mas esse não é o principal problema do jogo. A linearidade infelizmente faz com que algo suntuoso se torne pequeno.

Tudo em "Final Fantasy" é gigante! Os combates, as proporções! A primeira cena do jogo faz você perder o fôlego (e muitas outras durante o jogo também fizeram isso comigo), mas quando você começa a controlar Clive e sai para explorar o mundo você percebe que os cenários são bonitos, mas vazios e pequenos. Por muitas vezes me vi num eterno corredor que me levava de um mero ponto ao outro (não chega a ser um "Final Fantasy XIII", mas cheguei a ter calafrios pensando que seria sempre assim). Para não ser injusto existem sim áreas abertas... Mas são tão pequenas e sem nenhum atrativo que em menos de cinco minutos você explora cada uma delas. É triste ver um mundo tão rico e que poderia ser amplamente explorado (ainda mais depois de "Final Fantasy XV") ser resumido a corredores e cenários sem atrativos.

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O jogo gera a dúvida: É realmente um marco na franquia ou será deixado de lado em um próximo título? Ainda é impossível saber.

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Só podemos afirmar que, apesar de algumas polêmicas, a história de Clive e as reviravoltas constantes no roteiro são sim uma boa pedida para quem quer conhecer um mundo cheio de aventuras. Foram cerca de 35 horas de jogatina e ainda tenho alguns conteúdos para desbravar em Valisthea. Sem dúvida é uma grande pedida para os donos de Playstation 5 e um dos grandes títulos desse ano.

“Final Fantasy XVI” já está disponível exclusivamente no Playstation 5. Esta review foi realizada a partir de uma cópia cedida pela Square Enix.

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