Nem todos os filmes que gostamos foram feitos por boas pessoas: 7 produções associadas a artistas (no mínimo) polêmicos

A carreira de Armie estava em ascensão quando "Morte no Nilo", a aguardada sequência de "Assassinato no Expresso do Oriente", estava para ser lançado. No entanto, o ator foi acusado de má conduta sexual, abuso e até canibalismo. Ele não esteve nos eventos de imprensa e festas de lançamento, e desapareceu dos holofotes após ser dispensado de vários projetos.

Em 2020, durante o tão esperado lançamento do live-action, a atriz naturalizada americana e nascida na China fez comentários em apoio à brutal repressão policial aos manifestantes que defendiam a democracia em Hong Kong. "Eu apoio a polícia de Hong Kong, você pode me bater agora", ela escreveu na Weibo, uma rede social semelhante ao Twitter na China.

Um pedido para boicotar o filme começou a circular nas redes sociais, com #BoycottMulan trending no Instagram, Facebook e Twitter. Por conta da pandemia de coronavírus, o filme acabou sendo lançado no Disney Plus e foi um fracasso financeiro, arrecadando apenas US$70 milhões comparado a um orçamento de US$ 200 milhões.

Muitos consideraram "A Paixão de Cristo", dirigido por Mel Gibson, um filme antissemita antes mesmo de ser lançado, e já havia sido noticiado que Gibson costumava fazer comentários antissemita publicamente. O deputado de Nova York Dov Hikind liderou uma manifestação contra o longa nos escritórios da Fox News em 2003. Consequentemente, a 20th Century Fox desistiu de distribuir o filme. A produção dividiu opiniões, mas se tornou o quinto maior sucesso de bilheteria em 2004, internacionalmente. No entanto, muitos sentiram que o filme "continha muitos detalhes antissemita e ausentes dos Evangelhos", além de ser muito violento.

A posição de Rowling sobre a comunidade trans foi um assunto bem divulgado nos últimos anos. A autora de "Harry Potter" se mantém firme sobre ao discriminar mulheres trans, e para o livro "Troubled Blood" até criou um personagem homem cis assassino que se veste de mulher para caçar e matar mulheres cis. Como resultado, os fãs repudiaram JK, considerada por muitos uma TERF -"trans-exclusionary radical feminist", em português: feminista radical transexclusiva.

A controvérsia refletiu as bilheterias. O filme mais recente da franquia "Animais Fantásticos", lançado em 2022, arrecadou apenas US$407 milhões no mundo todo, tornando-se o filme com a menor bilheteria da trilogia. Além disso, foi relatado que não haverá novos filmes, apesar dos fãs terem sido inicialmente informados de que cinco longas seriam feitos.

Um dos lançamentos mais esperados de 2021 foi a refilmagem de "Amor, Sublime Amor", de Steven Spielberg, estrelado por Rachel Zegler, Ariana DeBose e Rita Moreno. Infelizmente para os fãs de musicais, o filme foi prejudicado pela participação de Ansel Elgort. Em 2020, o ator – que interpretou o papel masculino principal, Tony – foi acusado de abuso sexual, o que ele negou. Depois disso, várias outras mulheres relataram ter recebido mensagens predatórias dele. Ansel compareceu à estreia em Nova York, participou do "The Late Late Show", mas não compareceu ao Oscar de 2022. O filme foi mal recebido nas bilheterias mundiais.

Foi durante a divulgação de "Vingança Perfeita", em 2019, que Liam Neeson fez comentários racistas sobre querer matar um homem negro. O ator irlandês disse ao "The Independent", após "descobrir que uma amiga havia sido estuprada por um negro", que "subi e desci com um pedaço de pau, esperando que algum [fazendo aspas no ar com os dedos] 'negro bastardo' aparecesse saindo de um pub e tentasse me convencer de alguma coisa, sabe? Para que eu pudesse matá-lo." O filme estreou no dia seguinte à publicação da entrevista, com um tapete vermelho em Nova York repentinamente cancelado com apenas duas horas de antecedência devido à reação mundial aos comentários de Liam. O filme acabou sendo um fracasso, arrecadando apenas US$10,8 milhões nos cinemas no fim de semana de estreia.

Desde 2020, Ezra enfrentou inúmeras acusações e uma série de prisões, desde má conduta até assédio, roubo e aliciamento de menores. Apesar disso, Ezra compareceu à estreia em Los Angeles, onde posou no tapete vermelho. Muitos fãs criticaram tanto Ezra quanto a Warner Bros. por ignorar as ações dele e optar por seguir em frente com o filme. A escritora e atriz Issa Rae disse à revista "Elle" que o incidente é um "microcosmo de Hollywood" e nos alertou sobre um "padrão constante de abuso que só persistirá se Hollywood continuar a insistir em ser assim". O filme custou cerca de U$220 milhões (isso sem contar gastos com divulgação) e arrecadou apenas U$268 milhões.