Feliciano diz que acusação de tentativa de estupro é "grande farsa"

Em vídeo divulgado no Facebook, deputado diz que é vítima de falsa comunicação de crime e nega saber de atuação de assessor investigado por tentar abafar denúncia.

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) divulgou um vídeo no Facebook para dizer que a acusação de que tentou estuprar a jornalista Patrícia Lélis, 22 anos, é uma "grande farsa" e que é vítima de uma "falsa comunicação de crime".

O chefe de gabinete do congressista, Talma Bauer, foi detido e liberado na sexta. Ele é suspeito de tentar coagir a jovem para abafar o caso. Feliciano disse não saber da atuação do assessor.

Facebook / Reprodução

Publicidade

Na sexta (5), a jornalista procurou a Polícia Civil de São Paulo para relatar que foi atacada por Feliciano na primeira quinzena de junho quando foi convidada pelo deputado para uma reunião em seu apartamento funcional, em Brasília.

De acordo com Patrícia, que é militante do PSC, a mesma legenda do deputado, Feliciano ofereceu a ela um cargo na Câmara dos Deputados em troca de ser sua amante. Com a negativa, segundo ela, o deputado teria tentado a agarrar a força e, depois, teria dado um soco em sua boca.

'Embora esteja com coração quebrado, com a minha família ferida, eu não vou julgar essa moça. Eu perdoo ela [sic], embora eu espere que ela seja responsabilizada pela falsa comunicação do crime", disse no vídeo.

No vídeo, o deputado aparece de mãos dadas com sua mulher, Edileusa, com quem é casado há 24 anos.

"Como não conseguem nunca me pegar em nada nesse país, eu não sou corrupto, não sou uma pessoa má, tocaram agora no meu moral [sic]. Eu tenho certeza que a justiça vai vir à tona", disse.

Entenda o caso, clicando aqui.

Veja o vídeo:

Publicidade

Na mensagem, ele nega conhecer a atuação de seu chefe de gabinete, que está sendo investigado sob suspeita de tentar coagir a vítima para abafar a denúncia do caso.

Talma Bauer foi detido pela Polícia Civil em um hotel do centro de São Paulo. Primeiro, a polícia o deteve e chegou a cogitar pedir a sua prisão preventiva por suspeita de que ele estaria ameaçando Patrícia Lélis.

Na madrugada deste sábado, ele foi libertado depois que uma testemunha contrariou a versão da jornalista de que ela estava sendo ameaçada de morte pelo chefe de gabinete de Feliciano.

A testemunha indicou que a jornalista teria feito um acordo para receber R$ 50 mil para gravar dois vídeos isentando Feliciano da tentativa de estupro na última terça (2), mesmo dia em que a Coluna Esplanada, do portal Uol, revelou que Patrícia havia acusado Feliciano da tentativa de estupro. Só uma parte do dinheiro teria sido paga, segundo a testemunha.

R$ 20 mil foram apreendidos pela polícia. O delegado do caso, Luís Roberto Hellmeister, não esclareceu as circunstâncias da apreensão do dinheiro –se o montante estava em poder de Patrícia Lélis ou de Talma Bauer.

"Não tinha conhecimento sobre o que estava acontecendo com o meu assessor. Eu espero falar com ele na segunda-feira, ele está com a família dele e eu estou a 500km de São Paulo", disse o deputado.

"Só sei que não foi preso. Ele foi convidado a prestar depoimento. Depois de prestar depoimento, ele foi solto e saiu pela mesma porta que saiu", disse.

No final do vídeo, Feliciano pediu aos seus "irmãos em Cristo"para continuarem acreditando nele e para os "que não acreditam em mim" que não o julguem precipitadamente.

Veja mais:

Jovem acusa Feliciano de tentativa de estupro; assessor é suspeito de coação

Veja também