Conversamos com o elenco de "The Boys" sobre o sucesso da série, Brasil e política

Eles também disseram o que esperam do futuro da série.

"The Boys" é uma das produções mais interessantes da atualidade. Em meio à dezenas de filmes de super-heróis, a série da Amazon Prime Video se propõem a imaginar os idolatrados seres poderosos como figuras egocêntricas, midiáticas e perigosas. A sacada maior, no entanto, vem na malícia de inserir na trama críticas aos políticos e celebridades que existem aqui, no mundo real.

Conversamos com Antony Starr (intérprete do Capitão Pátria), Jensen Ackles (Soldier Boy), Jack Quaid (Hughie), Karl Urban (Bruto), Karen Fukuhara (Kimiko), Nathan Mitchell (Black Noir), Claudia Doumit (Victoria Neuman) e Eric Kripke (roteirista e produtor da série), em uma rápida passagem deles pelo Brasil. O papo foi assim:

Buzzfeed: E aí, conseguindo curtir o Brasil? Do que estão gostando?

Karl: A comida aqui é incrível. De verdade! E as pessoas também são muito carinhosas!

Claudia: A verdade é que, claro a gente não consegue explorar, mas no fim estamos tendo bastante contato com os fãs e isso é a coisa que - de verdade - mais importa. 

Jack: É muito engraçado porque quando trabalhei em "Jogos Vorazes" fiz uma conta no Twitter, e as primeiras mensagens que recebi eram justamente de fãs brasileiros. Então é muito legal sentir essa energia e esse carinho

Jensen: E os fãs daqui são conhecidos, sabe? Quando fazia "Supernatural", o Jared (Padalecki) era minha dupla e veio para cá em um evento que tive que cancelar na última hora. E ele sempre me dizia "os fãs brasileiros são A MAIS". Mas "a mais" no melhor sentido, sabe? É difícil se sentir tão bem-vindo em um lugar como o Brasil. A energia de vocês é incrível.

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Buzz: Bom saber que vocês estão sendo bem tratados! Agora sobre a série: por mais louco que seja, nas redes dá pra encontrar um pessoal idolatrando os comportamentos do Capitão Pátria e do Soldier Boy, que claramente flertam com o nazismo. Mesmo o Bruto, que apesar do time dos mocinhos, faz paradas - no mínimo - questionáveis. Vocês têm medo de passar de crítica pra inspiração?

Karl: Uma coisa que aprendi como ator é que todo trabalho fundamentado em medo inevitavelmente dá errado. Então eu me entrego pra aquilo. Claro que não quero que as pessoas sigam isso, porque mesmo que eu não ache que o Bruto é mal - pra mim é um cara bom que faz coisas ruins - em alguns momentos, sem dúvida, ele é um vilão.

Antony: Mesmo pro Capitão Pátria e pro Soldier Boy, eu sinto que eles não são só personagens maus. Eles são pessoas que estão profundamente machucadas e confusas. Mas não dá pra pensar isso na vida real. Direto, no set, a gente lê as falas e ficamos em choque…

Jensen: A gente fica pensando "cara, como é que eu vou falar isso?"... 

Antony: Pois é! Mas são personagens, não podemos trazer esses comportamentos pra vida real. 

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Buzz: Ao mesmo tempo, a política de esquerda que vocês têm, também acabou sendo uma vilã…

Claudia: No começo minha personagem era muito comparada com a Alexandria Ocasio-Cortez [famosa congressita de esquerda americana], né? Por conta do visual, dos trajeitos, das ideias… Mas acho que quando ela começou a explodir cabeças das pessoas usando a mente, traçamos uma linha (risos). Não dá mais pra comparar com ela. 


Buzz: Você já conversou com ela sobre isso? 

Claudia: Que nada! Quem dera! Ela é muito importante… 


Buzz: Pô, erro dela, então! Já devia ter separado esse tempinho! 

Claudia: Mas é isso: a inspiração acabou no fim da segunda temporada. Agora são figuras bem diferentes. Não traço mais esses paralelos! 

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