Tessa Thompson fala sobre "Creed 3", representatividade negra em Hollywood e o que a motiva em sua carreira

"Eu olho para a indústria e sei que estamos mudando as coisas da nossa maneira porque nós existimos. Há alguns anos, eu não sabia que isso poderia ser uma realidade."

Já faz cinco anos desde que Adonis e Bianca, personagens de Michael B. Jordan e Tessa Thompson na franquia "Creed", encheram nossos corações de alegria pela última vez, mas "Creed 3" acaba de estrear nos cinemas.

Warner Bros. Pictures

"Creed 3", o primeiro filme dirigido por Michael B. Jordan, estreia nos cinemas dia 3 de março.

No podcast norte-americano "Seasoned Sessions", Tessa falou sobre sua carreira, o novo filme, e como é fazer parte do universo cinematográfico da Marvel.

BuzzFeed

Reunimos aqui alguns momentos da conversa.

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Nós acompanhamos a sua carreira desde "Cara Gente Branca", e você teve muitos papéis incríveis desde então. Às vezes você para e pensa, "uau, eu sou eu"?

Não sei se colocaria dessa forma, mas com "Creed 3", sendo que o primeiro filme foi lançado há oito anos, eu fico constantemente pensando, "isso é um sonho? Eu existo? Isso é real? O que está acontecendo?" Tenho momentos assim o tempo todo. De vez em quando é desconfortável e, ocasionalmente, pode te atrapalhar. Mas acho que contanto que você consiga arejar esses sentimentos e respirar durante a síndrome de impostor, a parte boa é que isso te lembra de estar presente e pensar "olha só onde você está, você tem tantas conquistas."

Netflix

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Você está em "Creed" e no Universo Cinematográfico Marvel – essas são franquias dominadas por homens. Como você se sente como mulher negra nesse espaço? Você se sente pressionada por ser a representação feminina desses filmes?

Eu tento não pensar muito nos homens! Mas acho que, na real, isso é bem interessante. Porque "Cara Gente Branca", sendo bem honesta, foi a primeira vez que eu me enxerguei. Foi o primeiro papel onde me senti parte de um projeto, e não apenas o objeto de uma narrativa; eu também fui o sujeito da narrativa. Isso que Justin (Simien) tentou fazer. Ele tentou retratar pessoas negras existindo em seus espaços como seres humanos reais, com dimensões, sabe?

Tessa em "Thor: Amor e Trovão"(2022), seu terceiro filme na Marvel.

divulgação

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E a verdade é que, antes de eu fazer esse filme, eu pensava, "não sei se terei sucesso em Hollywood." Sim, eu tinha algumas inseguranças como "será que eu sou boa o suficiente? Sou atraente o suficiente?" Mas também me perguntava se Hollywood permitiria que alguém como eu fizesse coisas interessantes – para que eu pudesse mostrar várias partes da minha humanidade. E antes de "Cara Gente Branca", eu achava que a resposta era "não", então o filme realmente me fez mudar de ideia. Eu olho para a indústria e eu sei que estamos mudando as coisas da nossa maneira porque nós existimos. Há alguns anos, eu não sabia que isso poderia ser uma realidade.


Durante o período em que você achava que não teria sucesso em Hollywood, o que te fez persistir mesmo com os contratempos?

Honestamente, acho que foi olhar para outras pessoas. Como a Issa (Rae) disse, "eu torço para todos os negros." Por exemplo, Daniel Kaluuya aceitando um Oscar. Eu sempre me conecto com os momentos que me fazem acreditar nas pessoas, isso me faz acreditar em mim mesma.

Getty Images

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Você pode escutar o podcast aqui:

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