Johnny Massaro nos contou detalhes da novela "Terra e Paixão" e de seus novos filmes - um deles sua estreia como diretor

Você pode vê-lo no filme "O Pastor e o Guerrilheiro" hoje, e em breve na TV.

Nesta quinta (13) Johnny Massaro estreia nos cinemas o filme "O Pastor e o Guerrilheiro", baseado em na história real de um guerrilheiro comunista que, durante a Guerrilha do Araguaia, na Ditadura Militar, é preso e divide cela com um pastor evangélico. 

"Os filmes que se propõe a relatar a história do país são importantes porque consciência é o ponto inicial da transformação. É preciso conhecer nossa história para fazer do nosso país um lugar melhor. Filmes, novelas, livros, bom jornalismo instrumentalizam a nossa consciência para a realidade que queremos viver.", diz o ator, que começou a carreira nas novelas jovens "Floribella" e "Malhação", e esteve em "Meu Pedacinho de Chão", "Deus Salve o Rei" e "Verdades Secretas II". Ele conversou com o BuzzFeed Brasil sobre o filme e outros próximos trabalhos.

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"Em 'O Pastor e o Guerrilheiro' me chamou atenção apontar o diálogo como caminho, tendo esses personagens em espectros ideológicos extremos. A gente não muda sem o embate de ideias, e o diálogo é uma ferramenta fundamental para uma sociedade saudável. Nós vivemos o assassinato da possibilidade de diálogo, a era da fake news e da relativização da verdade, mas existe um caminho."

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Johnny estará outra vez nos cinemas em breve, mas como diretor de "A Cozinha". "Estou especialmente animado com a direção", diz ele, sobre trabalhar atrás da câmeras. 

"Fiz três curtas antes de 'A Cozinha', que é uma produção independente, afetiva, e que estreou em festivais do Rio e de São Paulo, e agora vai para o Uruguai. O texto foi escrito como uma peça para quatro atores, se passa em uma única locação, então filmamos em 2020, antes da vacina, com 40 pessoas quarentenadas por três semanas, sem saber muito bem o que iria acontecer", diz. "É o primeiro momento de algo que quero trabalhar cada vez mais, talvez eu inclusive dê uma pausa na carreira". avisa. 

Como diretor, Johnny vê a possibilidade de abordar a temática LGBT, pouco explorada em sua vida profissional, que teve majoritariamente personagens heterossexuais, mas presente em sua vida pessoal: em 2021 ele assumiu o namoro com o professor de direito João Pedro Accioly, mas o relacionamento terminou no final de 2022. 

"Como ator, estou aberto a bons personagens, independente do tema que tratem. Gosto de me exercitar, então tudo é válido. Já como diretor acho que naturalmente vou acabar abordando a temática LGBTQIAP+ porque faz parte do meu universo, de quem eu sou. Como ator, dependo de que alguém me escolha, e como diretor eu tenho mais possibilidade de escolher os projetos, mas sempre pensando em boas histórias."

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Em 8 de maio, Johnny volta para a TV como um dos protagonistas de "Terra e Paixão", nova novela das 21h da Globo. Ambientada na fictícia Nova Primavera, no Mato Grosso do Sul, promete cenas rurais - seguindo o sucesso de "Pantanal" - para mostrar as disputas de poder na família La Selva (foto), que tem Johnny e Cauã Reymond como os herdeiros de Tony Ramos e Glória Pires.

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"É um novelão mesmo, do Walcyr Carrasco. Passamos um mês gravando em Dourados, no Mato Grosso do Sul, e retornaremos ao longo da novela. Uma das coisas que mais me anima são esses deslocamentos geográficos, que mudam a gente internamente e te obrigam a conhecer outras vivências, outras pessoas. É outra temperatura, outro registro, outro sotaque. 

"No filme 'O Pastor e o Guerrilheiro' pesquisei a época, a guerrilha e o que faz a pessoa abandonar sua identidade por um ideal. A novela tem o universo do agronegócio, que também me deixa fora da zona de conforto. Agro é um tema fascinante, e precisa de consciência, andar de mãos dadas com os novos tempos e com os cuidados com o planeta, porque impacta muitas questões ambientais, e a novela coloca luz nesse tema. É mais um assunto que precisamos discutir e encontrar um caminho, porque os extremos nos levam para o abismo."

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Quando está no ar com uma novela, o ator confessa que costuma acompanhar a repercussão nas redes sociais. "Adoraria dizer que não vejo nada, mas é impossível, então tento ver em uma medida saudável. Gostaria de ver menos, um dia eu consigo", brinca. 

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Mas afinal, na disputa pelo coração da mocinha de "Terra e Paixão", Aline (Bárbara Reis), quem vai conquistar a torcida da internet? Daniel (Johnny) ou Caio (Cauã)? "O bacana da dramaturgia contemporânea é que percebemos que o ser humano é muita coisa. O barato é ver que o bonzinho também erra, e o erradinho faz coisas boas. São múltiplas as possibilidades do ser humano, somos seres complexos, não tem porque os personagens não serem.

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