Antes de viver o Tibério de "Pantanal", Guito Show estava "completamente quebrado" - mas agora ele tem o povo

Na última segunda-feira (30), diretamente do Mato Grosso do Sul, onde está para a segunda etapa das gravações da novela no Pantanal, Guito falou por telefone com o BuzzFeed Brasil – e fez o nosso teste de "Monte uma fazenda e diremos qual peão de 'Pantanal' é sua alma gêmea" – durante um tempinho de folga.

"Meu maior perrengue é com relação às câmeras, sempre. Eu acabo sendo o mais bobo em algumas questões. Por exemplo, às vezes a câmera está filmando apenas a sua cara, e não seu corpo inteiro, e eu acabo me movimentando de uma forma indevida e tiro meu rosto de quadro. São cenas que para o elenco, que já é experiente, passam como engraçadas", conta.

"Nesse momento eu já tinha abandonado a vida corporativa e tava firme no meu propósito de ser violeiro, de viver da minha arte, de cantar e compor as minhas músicas. Eu vinha de seis anos tentando me erguer com a minha própria música, mas devido à pandemia, eu dei com os burros n'água. Eu tava completamente quebrado, meu empório fechado devido ao lockdown e meus shows cancelados. Eu estava no pior momento, financeiramente, da minha vida. E antes da pandemia eu estava no melhor momento da minha carreira musical, conseguindo, finalmente, ser remunerado e vivendo unicamente da minha música e do meu empório", conta.

"Que eu sabia as falas de cor é um pouco exagerado. Obviamente, um exagero. Eu sabia, sim, as principais cenas que passaram na primeira versão, que eu assisti quando tinha 6 anos", esclarece.

"Eu me identificava mais com o Trindade. Até por ser violeiro… Eu acabei virando ele mesmo. Eu falo que eu me formei para Zé Trovão. O Almir foi depois fazer o Ana Raio e Zé Trovão e se for ver a minha vida… Ele tinha um caminhão no qual fazia os shows. Eu acabei tendo uma Rural na qual também fazia meus shows. Além de ser um violeiro viajando o Brasil, tocando", conta.

"Eu queria, sim, desvencilhar um pouco do Sérgio [Reis], [intérprete do Tibério na primeira versão da novela]. Tanto que eu preferi não assistir novamente. Eu queria ter a minha camada mesmo no Tibério, um pouco do agrônomo que eu fui, do administrador de fazendas que eu fui. Mas eu não esperava, não. Principalmente porque o Tibério não é um protagonista."

"Eu tenho Twitter, mas sou meio bobo para mexer. Mas fico satisfeito. De fato, nas minhas redes sociais eu nunca recebi tanto amor, tanto 'eu te amo', mas acho que é assim para os outros também."

Quando soube que seria feito um remake da novela, ele mandou uma DM ao diretor Bruno Luperi, mas não obteve resposta. Seguiu, então, buscando outros meios até conseguir fazer seu primeiro teste para a novela.

Quase no fim da conversa, pergunto a Guito se ele se vê dando sequência à carreira de ator. "Eu vejo! Dentro de um universo em que eu possa me reaproximar do meu público da música, que é o meu propósito principal. Sempre que eu ver que tenho a agregar de alguma forma com a minha música, com as coisas que eu vendo, que é esse estilo rural e simples, eu vejo, sim. Eu estou adorando, é uma linda forma de contar histórias", diz.

"Com certeza! O amor do Tibério pela Muda representa muito mais do que o amor entre duas pessoas, mas a percepção de que é possível esquecer o ódio, de que é possível apagar certas coisas do seu passado que não vão te levar a nada para frente. A Muda tem de desancorar desse passado dela, se ela quiser ter sossego no futuro. Então, eu torço muito, porque se não der certo significa que é muito difícil a gente se desprender de um passado sombrio. Esse amor da Muda e do Tibério representa exatamente essa redenção. Essa chance de um recomeço", diz.

E caiu mesmo, mas o mais importante já havia sido dito.

"Eu não concordei muito com o resultado, não. Acredito que a atitude do Zé Leôncio está um tanto quanto rude mesmo, eu acho que me identifico mais com o Zé Leôncio da primeira versão", diz.