Em entrevista exclusiva, Gabrielle Aplin fala sobre parceria com Zeeba e a experiência "surreal" que já viveu no Brasil

Cantora inglesa é um poço de fofura e vamos provar!

Gabrielle Aplin é aquela pessoa que só de olhar você tem vontade de ser amiga. Aos 30 anos, a inglesa é uma cantora e compositora de mão cheia. Já emplacou muitos hits em seu país natal e aqui no Brasil.

Divulgação

Atualmente está na trilha sonora de "Todas as Flores"(Globoplay), com a canção "Skylight". A música ganhou uma versão em parceria com Zeeba, uma das vozes brasileiras mais ouvidas no mundo.

Apesar de nunca terem se encontrado pessoalmente, os dois artistas concederam uma entrevista conjunta online para o BuzzFeed Brasil e falaram da parceria, de música brasileira, de como as trilhas sonoras mudaram suas vidas e, lógico, do quanto nosso povo é acolhedor.

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Segundo os artistas, a canção veio de forma muito orgânica e o resultado surpreendeu a ambos.

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Gabrielle:

"O que provocou foi que foi tão bom. Quero dizer, eu estava ciente. Eu só queria disponibilizar o álbum inteiro para ele porque estava ciente de seu tipo de colaboração dançante, música e mais coisas de clube. Eu não queria escolher em seu nome. Acho que poderia ter acontecido de qualquer maneira e eu queria apenas ver o que ele faria. O álbum estava basicamente pronto também, e que 'Skylight' já havia saído também. Então talvez eu não tenha presumido que seria 'Skylight'. Mas, de qualquer maneira, um dia chegou à minha caixa de entrada. Nós enviamos as músicas para ele e, de repente, eu estava, acho que estava no carro ou algo assim, estava apenas falando no meu telefone e um e-mail chegou e no título tinha algo como 'Verso de Zeeba em Skylighy'. E eu fiquei tipo: 'Oh, o quê?'. E eu realmente pensei que seria como um link para uma reunião ou algo assim. E a música estava lá pronta já e eu fiquei surpresa. Eu simplesmente não tinha nada para mudar ou algo assim. Foi tão legal por ser um processo tão puro, muito bom e muito simples."


Zeeba:

"Foi divertido de tocar, fazer as harmonias e também uma boa variedade para mim também. Então eu poderia tocar no verso e fazer alguns falsetes. Ela já estava brincando muito com os vocais, o que eu adorava. E eu fiquei tipo, Ei, eu quero entrar nessa."

Zeeba pode ficar bem à vontade no processo, já que teve acesso ao álbum completo de Gabrielle e teve liberdade de escolher qualquer música para dar seu toque.

Yvã Santos

"Foi muito legal. Foi um encontro diferente do comum, a gente na verdade, foi introduzido pela minha gravadora. Foi legal que eles me mandaram o álbum para eu escolher a música que eu queria participar. E aí eu amei a 'Skylight', foi uma que eu escutei assim, eu falei caramba, dá para fazer muito um dueto nesse som assim, eu acho que tem tudo a ver. Eu estava no carro assim e fiquei soltando umas melodias. Sempre dá pra fazer uma harmonia. Dá para brincar. Eu escrevi uma letra super rápida, fiz o que já estava na minha cabeça e gravei aqui com o meu produtor e mandei para eles. Eles amaram e não mudaram mais nada. Foi tipo uma série emendando uma vez e somando. Está pronto e é muito legal, pois eu amei a música. Fiquei super feliz de participar. Virei fã da Gabrielle."

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Gabrielle tem se tornado um nome comum em trilhas sonoras. Suas músicas são facilmente encontradas em séries como "The Vampire Diaries", "The Royals". "Made In Chelsea", Batwoman", "Teen Wolf", dentre outras.

"Sempre que minha música é escolhida para ser usada em um filme, uma série de TV, uma novela, sabe, é sempre muito emocionante porque tudo pode acontecer a partir disso. Eu amo isso."

Em 2016, Gabrielle viu uma de suas canções entre as mais tocadas no Brasil. "Home", estava na trilha sonora de "Totalmente Demais", um dos maiores sucessos da faixa das 19h da Globo. O hit foi tema de Eliza, interpretada por Marina Ruy Barbosa, e tocava em praticamente todos os capítulos. Nessa época, ela viveu uma das experiências mais "loucas" da carreira.

Reprodução/Globo

"E uma das experiências mais loucas estava para acontecer, pensei que eu estava vindo para o Brasil fazer algumas entrevistas. Fui para a Globo e eles disseram: 'Ah, e aqui está o que você vai fazer', e eles me sentaram e do nada estava participando de uma novela!. Eu realmente não sabia até estar lá que era isso que ia acontecer. Acreditei que iria lá e conhecer o elenco, talvez fazer alguma promoção ou algo assim. Eu não sabia que era como se eu estivesse dentro da história. E mesmo assim, eu não sabia que era uma cena final da novela e tudo mais. Foi uma experiência muito surreal. Quando as pessoas aqui me perguntam qual é a coisa mais louca da minha carreira, sempre digo isso porque é simplesmente louco."

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Zeeba também teve esse privilégio de estar numa trilha sonora e explicou para Gabrielle o quanto isso é importante para alavancar a carreira de um artista no Brasil.

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"É uma coisa enorme. E, mesmo assim, nos dias, como antes, se você tivesse uma música na novela, então você venderia todos os seus shows e seria o maior de todos, sabe? Novelas fazem parte dos brasileiros e é a principal coisa que as pessoas fazem quando chegam em casa. Então, é realmente uma grande coisa e você se torna parte da vida dos brasileiros. Por isso que é tão especial estar em uma novela. 'Never Let Me Go' já esteve numa grande novela uma vez. E, sabe, mudou a música para nós porque ela já estava lançada. E então entrou na novela alguns meses depois e mudou tudo. Eu estava tipo: 'Oh, uau, agora as coisas estão acontecendo'. É muito legal fazer parte disso."

Apesar de poucas passagens pelo Brasil, Gabrielle sente grande conexão com o público daqui.

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"Eu fiz apenas dois shows. Eu sempre tento ter certeza de que há um evento onde eu possa envolver os fãs. Eu só toquei basicamente em São Paulo, e depois curti umas coisinhas no Rio. Então, eu adoraria voltar e fazer um pouco mais. Fazer uma série de shows seria ótimo. Algumas pessoas no Brasil me querem e isso é muito bom."

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Gabrielle sente a diferença dos públicos toda vez que vem para cá. O calor, a receptividade e o jeito que o brasileiro se envolve durante os shows a surpreendeu, pois é acostumada com a frieza de seus conterrâneos ingleses.

"Bem, é tão bom, obviamente, que pode ser diferente em qualquer lugar. As pessoas geralmente ficam paradas em um show aqui em Londres, não importa o que estejam assistindo. Eles vão ser assim, eles batem palmas e é tão estranho. Eu simplesmente amo isso no Brasil. O entusiasmo é realmente contagiante."

Para Zeeba essa receptividade é normal e como artista brasileiro ele também sente a diferença quando se apresenta fora do país.

Alexandre Schneider/Getty Images

"É uma loucura. Eu já estive lá (exterior) e sinto que a América do Sul é muito quente. As multidões aqui são como a Argentina, o Chile, como o Brasil. Há alguns lugares em que eles são loucos, mas eu me diverti muito na Europa também, como no festival belga Tomorrowland. Eu canto em muitos festivais e basicamente, porque eu estava no mundo, eu tocava muito em Ibiza e em todas as festas, então era mais como uma vibe de festa. E no Brasil é mais como uma vibe de show. Cada público é especial. Eu lembro que tocar na China e foi a experiência mais louca, porque é muito diferente do que estamos acostumados. E a comunicação era meio difícil. Se você fala inglês, eles não entendem. Então você tem que aprender algumas palavras em chinês. É muito difícil se conectar com a multidão. Mas uma vez que você consegue, eles são muito receptivos também. Acho que é super divertido brincar fora do seu espaço comum, certo?"

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Antes de vir ao Brasil, ela recebeu uma playlist de músicas nacionais para se inteirar um pouco da cultura local. Nomes famosos à parte, ela se encantou com um ritmo em particular: o samba.

"Eu realmente amo samba. É tão bom quando, tipo, quando voltamos do Brasil, eu pensei, é como se o samba não fosse como no rádio e outras coisas aqui, e é tão quente e frio. É como, sei lá, é como um jazz acessível."

Para o lançamento de "Phosphorescent", seu álbum mais recente, ela se uniu a artista visual Natalie Michele para criarem uma exposição com as fotografias do projeto. Londres e São Paulo receberam a exposição, que teve partes das vendas destinada à ONG Mar Adentro, que tem como propósito a proteção, educação e pesquisa dos biomas marítimos brasileiros.

"Ah, foi tão legal. Foi uma oportunidade que me foi apresentada e eu realmente amo trabalhar no visual. Quando faço um álbum, adoro mergulhar em todo o projeto. E eu trabalhei com a Natalie Michele... Colaboramos juntas em fotos por anos, mas nunca tínhamos feito um tipo de projeto de ciências e queríamos que todo o álbum fosse uma colaboração com a natureza, e nós conseguimos. Então, imprimimos tudo diretamente com a luz solar e foi uma grande parte do projeto. Teria sido uma pena não fazer disso uma coisa, sabe? E também quando lancei o álbum e estava apenas fazendo uma espécie de turnê pelo Reino Unido quando meu álbum foi lançado, não queria fazer uma festa de lançamento do álbum que fosse apenas pessoas da gravadora vindo e beber um pouco de champanhe e depois sair."

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Trazer esse projeto para São Paulo foi fundamental para Gabrielle. A exposição foi uma forma de se aproximar de seus fãs, deixar tudo acessível a quem conhece e respeita seu trabalho.

Reprodução

"Eu queria envolver todo mundo e queria que os fãs viessem. Pensei que seria muito legal ter uma exposição onde os fãs pudessem vir para o lançamento e aparecer onde quer que eles desejam. Natalie exibiu todos os seus negativos com coisas que ela usou e nós corremos para produzir. Foi ótimo também realizar um workshop. Isso foi muito bom porque quando estávamos revelando os trabalhos ao sol no Reino Unido, você tinha que deixá-lo fora por horas, então tínhamos que comprar lâmpadas novas devido ao tempo. Estava tão legal em São Paulo que podíamos literalmente deixá-las do lado de fora por um minuto e elas revelavam porque o sol estava muito bom. Foi muito bom celebrar algo, assim como a música na qual eu coloquei tanto trabalho."

"Skylight" e "Phosphorescent" ja estão disponíveis em todas as plataformas digitais.

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