Entre sujos, mal-lavados e “burrice infinita”, Senado tem 2º dia de lama

Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi ao microfone para rebater Gleisi Hoffmann (PT-PR). E aí as coisas saíram do controle. De novo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi ao microfone na manhã desta sexta (26) para rebater declarações dadas por Gleisi Hoffmann (PT-PR) ontem — a senadora disse que nenhum dos colegas tinha "moral" para julgar Dilma.

"Como uma senadora pode fazer uma declaração dessas?", questionou Renan, que em seguida falou dele próprio em terceira pessoa: "Uma senadora que há 30 dias o presidente do Senado Federal conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e o do seu esposo", afirmou.

TV Senado / Reprodução

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Corre no STF um inquérito que investiga Gleisi e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, sob suspeita de participação em um esquema de desvios na administração de empréstimos consignados a servidores.

Paulo Bernardo chegou a ser preso, mas depois foi solto. A investigação está no escopo da Operação Lava Jato.

Antes, Renan alfinetou: "Eu fico muito triste porque essa sessão é sobretudo uma demonstração de que a burrice é infinita".

Enquanto o presidente do Senado ainda falava ao microfone, Gleisi e outros petistas começaram a se encaminhar em direção a ele. Ela gritava: "É mentira! É mentira!".

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Cercado, Renan chegou a empurrar o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que ontem se engalfinhou com Ronaldo Caiado (DEM-GO). Hoje, ele gritava para Renan: "Que baixaria! Que baixaria!".

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Dado o cenário, o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski — que está conduzindo o julgamento —, suspendeu a sessão, assim como fez após a briga de ontem.

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Pouco antes, Renan tinha se dirigido a Lewandowski e expressado a preocupação de que o julgamento passasse a impressão ao mundo de que as sessões estão ocorrendo num hospício.

A fúria de Renan surpreendeu até os correligionários. Segundo aliados do presidente do Senado, ele perdeu a calma quando os petistas Gleisi e Lindbergh se aproximaram.

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Líder do PMDB no Senado, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) afirmou ao BuzzFeed Brasil que as declarações de Gleisi para Renan, fora do microfone, foram "impublicáveis".

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A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) resumiu assim:

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O segundo arranca-rabo em dois dias de julgamento virou até piada entre os senadores.

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Em rodinha com o senador tucano Aécio Neves (MG), Magno Malta (PR-ES) filosofou: "Tem gente pensando que isso é um circo. Ou um hospício".

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De qualquer maneira, os senadores não deixaram de fazer política. Aproveitaram o intervalo para continuar articulando.

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A sessão está marcada para voltar à tarde.

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