Elliot Page conta em seu livro de memórias a maneira brutal e perversa que Hollywood costumava lidar com pessoas LGBT

"Hollywood é construída em cima do queer: escondendo-o quando é necessário, expondo-o e explorando-o quando é conveniente".

Em seu livro de memórias, "Pageboy" (publicado no Brasil pela editora Intrínseca), o ator Elliot Page conta sua história, desde a infância até sua transição de gênero.

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Elliot se identificou publicamente como lésbica em 2014, e como homem trans em 2020. Sendo uma pessoa queer durante toda a sua vida, ele revela no livro a maneira brutal com que Hollywood costumava lidar com pessoas LGBTs na época em que ficou famoso com o filme "Juno", de 2007, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar.

"Eu achava curioso assistir a atores cis e héteros interpretarem personagens LGBTQIA+ e receberem chuvas de elogios, indicações para prêmios, vitorias, ouvir pessoas dizendo 'que coragem!'".

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Em 2005, Jake Gyllenhaal e Heath Ledger, ambos heterossexuais, foram indicados ao Oscar por suas performances interpretando um casal gay no drama "O Segredo de Brokeback Mountain" (foto acima).

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"'Mantenha sua vida pessoal privada, é isso o que eu falo para todos os meus clientes', dizia minha agente, enquanto esses mesmos clientes andavam em tapetes vermelhos com seus parceiros heterossexuais. Aparecer de mãos dadas em fotos de paparazzi era um fenômeno natural", Elliot conta no livro.

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Na imagem acima, ele em "Juno", seu maior sucesso.

"Sempre houvera a pressão para eu ser mais feminino: usar vestidos, saltos altos, parar de usar bonés. Eram esses os esforços da minha agente para construir minha carreira. Na cabeça dela, estava cuidando de mim, se certificando de que eu continuaria a receber oportunidades."

Na imagem acima, Elliot veste roupas casuais na divulgação de "Juno". Na premiére, no entanto, foi forçado a aparecer de vestido e salto.

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"Eu me perdi no personagem, incapaz de me jogar totalmente, mas ainda assim perdendo um pouco da minha essência. Estava preso entre meu verdadeiro eu e aquele personagem que fui obrigado a criar", ele conta.

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"Hollywood é construída em cima do queer: escondendo-o quando é necessário, expondo-o e explorando-o quando é conveniente, enquanto se autocongratula. Hollywood não é desbravadora, apenas responde a tendência, segue-a, sempre devagar e muito atrasada. Ao mesmo tempo, força alguns a definharem dentro do armário e a sofrerem a dureza dos segredos enterrados, e permanece indiferente às consequências geradas por essa opressão."

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"Enquanto eu era punido por ser queer, assistia aos outros, que alegremente abusavam de pessoas a torto e a direito, serem protegidos e homenageados." 

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Você pode comprar o livro do Elliot, "Pageboy", AQUI.

reprodução Instagram

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