Edson e a cobrança por ser Pelé

Além da pressão por ser o Rei do futebol, Pelé também era cobrado por seu posicionamento fora de campo.

Sempre exigiram de Pelé fora de campo a mesma excelência que o Rei apresentava dentro dele, sem levar em conta que Pelé também era Edson. 

Edson Arantes, por incrível que pareça, era um ser humano também, e como tal tinha suas limitações. Mesmo nunca tendo se envolvido diretamente no combate ao preconceito racial ou se posicionado com relação a ditadura militar, o talento e a trajetória de Pelé demarcaram o espaço do negro no futebol brasileiro como um lugar de referência para o melhor! Lugar sempre reservado para os brancos, não só no futebol. E se o Edson não foi um ícone da luta antirracista como foi Muhamad Ali, a figura Pelé teve um papel afirmativo poderosíssimo para pretos e pretas em todo o mundo. E isso não é pouca coisa. 

Veja algumas das vezes que Pelé se posicionou publicamente:

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Sobre política, ele tinha muito a dizer.

"Eu acho que o Brasil tem pouca representatividade negra no congresso. Por felicidade, por respeito ou por tudo o que eu fiz, eu sou um dos negros que têm um cargo alto no governo. Eu acho que eu sou um grande exemplo. Acho que o negro tem que se unir e tem que votar em negro para termos mais representatividade no governo." 

"Negro tem que votar em negro."

O texto acima é parte da entrevista que Pelé deu a Jô Soares em 1995, quando era Ministro dos Esportes do governo FHC. Na época disse ainda que o sinonimo de politico no Brasil era corrupção, ''mas que o negro nao carregava essa marca''.

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Em 1984 Pelé estampou a capa da revista Placar!, maior publicação esportiva da época, vestindo uma camiseta em apoio às Diretas Já!  

Um mês antes da publicação, Pelé já havia manifestado apoio ao movimento publicamente. 

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