É sexista demais ficar trazendo Jennifer Aniston para o assunto do fim de Brangelina

Ela não ficou 12 anos aguardando para reassumir algum posto.

Você já deve saber da notícia de que, no começo desta semana, Angelina Jolie entrou com um pedido de divórcio de Brad Pitt, pondo fim a um relacionamento de 12 anos.

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Depois, surgiram um monte de boatos sugerindo que Jennifer havia decidido se divorciar de Justin Theroux quando ouviu a notícia da separação.

In Touch

Hollywood Life

"Jennifer Aniston & Justin Theroux estão se divorciando depois da separação de Brangelina"

A assessoria da atriz negou isso categoricamente, é óbvio.

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E, me desculpe, mas isso realmente passou dos limites.

Jennifer Aniston já suportou muitos anos tendo que negar boatos de tabloides. Não passa uma semana sem que alguém diga que ela está "triste" ou "sozinha" ou "sem sorte no amor".

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E tudo isso é sexista pra caramba. Nós nunca vemos manchetes similares sobre celebridades masculinas.

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A história era sempre a mesma: Jen não teria superado seu casamento com Brad e estaria desesperada para formar uma família.

Star, In Touch, OK! USA

E esses boatos ganhavam força quando a família Jolie-Pitt aumentava. Mas isso também é muito sexista – e passa a imagem de que a única maneira de uma mulher conseguir ser feliz na vida é casando e tendo filhos.

Mas então Jennifer Aniston conheceu Justin Theroux, apaixonou-se e casou com ele. Assumir um compromisso com outra pessoa pelo resto da vida é um bom indício de que alguém já superou uma relação que acabou DOZE ANOS ATRÁS.

Jason Merritt / Getty Images, Jason Merritt / Getty Images

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Insinuar que uma mulher (que inclusive se casou de novo) esperou 12 anos para voltar a ocupar algum posto é quase dizer que sua autoestima depende apenas da atenção masculina.

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O que é uma baita besteira.

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Mas não é só isso. Também há outra história sexista em pauta. Nós sempre fomos bombardeados com a ideia de que Jennifer e Angelina são rivais.

Vittorio Zunino Celotto, Getty Images

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Bem, isso perpetua a ultrapassada dicotomia da mulher injustiçada e da sedutora maligna.

É como se as mulheres existissem apenas no campo virginal perfeito ou no da "sacanagem". Nessa situação, Jennifer, que era a queridinha dos EUA no momento da separação, foi apresentada como a "boazinha" – a pobre mulher que foi largada pelo marido. Angelina, no entanto, com os frascos de sangue e com as declarações de que a heroína a "fascinava", estava no segundo campo. Mas é evidente que as duas mulheres têm muito mais e melhores qualidades do que essa pobre descrição delas.

Isso também perpetua a rivalidade imaginária de duas mulheres por um homem – a ideia de que a autoestima de uma mulher depende tanto da atenção de um homem que elas vão lutar uma com a outra por ele.

O que, novamente, é uma besteira.

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Tanto Jennifer quanto Angelina são ótimas de seus jeitos, por muitas e muitas razões. Nenhuma delas tem a ver com se elas estão ou não com Brad Pitt.

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Câmbio e desligo.

NBC

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