Documentário "Bichas" fala sobre homofobia e o poder de dar pinta
"A palavra bicha vem sendo usado de forma errada, como xingamento. Quando na verdade, deveríamos tomar como elogio."
"Esse filme fala, antes de tudo, de amor. Para ser mais exato: de amor próprio. A palavra BICHA vem sendo usado de forma errada, como xingamento. Quando na verdade, deveríamos tomar como elogio", diz o descritivo do vídeo.
“Ser bicha é correr o risco de ser agredido pela ignorância. Resistimos para nos proteger, resistimos para vencer. Ser bicha é ser livre. Não vamos deixar que nos vençam. Não mesmo,” diz o texto.
Em entrevista ao BuzzFeed Brasil, Marlon contou que a ideia do filme surgiu após uma agressão sofrida com outros quatro amigos. “Um motoqueiro parou do nosso lado e gritou ‘BANDO DE BICHA, EU VOU ATIRAR NO CU DE VOCÊS’, enquanto apontava uma arma”.
Um dos amigos respondeu: “Atira, então. Mas saiba que ainda existe muito mais bicha por aí. E você vai ter que aceitar". O diretor do documentário conta que a partir daquele momento entendeu “o que era revidar e a necessidade de falar. De expor e de mostrar". "Calar-se não resolve", diz.
Um dos relatos mais emocionantes é do jovem Igor, de 19 anos, que falou da sua relação conflituosa com a igreja e o processo de aceitação da própria sexualidade.
"A palavra machucava, ela reforçava meu pensamento de não querer ser bicha," desabafa em um trecho.
Na segunda parte do documentário, as reflexões sobre ser afeminado ganham espaço e deixam tudo ainda mais interessante.
Os seis jovens explicam porque da importância de ressignificar a palavra bicha e enaltecer "os gays que não se escondem".