Documentário "Bichas" fala sobre homofobia e o poder de dar pinta

"A palavra bicha vem sendo usado de forma errada, como xingamento. Quando na verdade, deveríamos tomar como elogio."

O documentário "Bichas" foi lançado no sábado (20) com relatos de seis jovens de Recife (PE) sobre como foi se assumir gay.

Criado, dirigido e editado pelo estudante de publicidade e diretor de arte Marlon Parente, o documentário de pouco mais de meia hora traz o relato de Bruno Delgado, Igor Ferreira, Italo Amorim, João Pedro Simões, Orlando Dantas e Peu Carneiro.

"Esse filme fala, antes de tudo, de amor. Para ser mais exato: de amor próprio. A palavra BICHA vem sendo usado de forma errada, como xingamento. Quando na verdade, deveríamos tomar como elogio", diz o descritivo do vídeo.

“Ser bicha é correr o risco de ser agredido pela ignorância. Resistimos para nos proteger, resistimos para vencer. Ser bicha é ser livre. Não vamos deixar que nos vençam. Não mesmo,” diz o texto.

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Em entrevista ao BuzzFeed Brasil, Marlon contou que a ideia do filme surgiu após uma agressão sofrida com outros quatro amigos. “Um motoqueiro parou do nosso lado e gritou ‘BANDO DE BICHA, EU VOU ATIRAR NO CU DE VOCÊS’, enquanto apontava uma arma”.

Um dos amigos respondeu: “Atira, então. Mas saiba que ainda existe muito mais bicha por aí. E você vai ter que aceitar". O diretor do documentário conta que a partir daquele momento entendeu “o que era revidar e a necessidade de falar. De expor e de mostrar". "Calar-se não resolve", diz.

Um dos relatos mais emocionantes é do jovem Igor, de 19 anos, que falou da sua relação conflituosa com a igreja e o processo de aceitação da própria sexualidade.

"A palavra machucava, ela reforçava meu pensamento de não querer ser bicha," desabafa em um trecho.

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Na segunda parte do documentário, as reflexões sobre ser afeminado ganham espaço e deixam tudo ainda mais interessante.

Os seis jovens explicam porque da importância de ressignificar a palavra bicha e enaltecer "os gays que não se escondem".

O documentário foi realizado sem patrocínio e está disponível no YouTube (assista aqui). Para mais informações, visite a página do filme no Facebook.

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