Dilma dobra a meta e agora quer levantar R$ 1 milhão em vaquinha
Crowdfunding busca custear viagens da petista, após Temer cortar voos pela FAB. Ex-ministro, que foi tesoureiro de 2014, diz que não doa porque está desempregado.
A presidente afastada Dilma Rousseff arrecadou em nove dias mais de R$ 710 mil na campanha de crowdfunding aberta por duas de suas amigas na plataforma Catarse.
A meta de R$ 500 mil foi batida há uma semana, mas a campanha se estendeu porque Dilma decidiu que quer arrecadar a R$ 1 milhão até a próxima sexta (15).


A equipe de Dilma só poderá retirar o dinheiro quando a campanha estiver encerrada. Além disso, terá de deixar 13% do total para a administração do Catarse, dona da plataforma digital, e pagar 4% em impostos.
Mais de dez mil pessoas doaram a partir de R$ 10.
O tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, o ex-ministro Edinho Silva (Comunicação), disse ao BuzzFeed Brasil que não entrou na lista de doadores está sem dinheiro e desempregado.


José Cruz/Agência Brasil
Ele entrou com um pedido de quarentena para receber seis meses de salário, alegando conflito de interesses para voltar ao mercado. O governo Temer negou o pedido.
Mas Edinho não é o único nome de dirigente petista que não aparece na lista de doadores, apesar do apelo do presidente da legenda, Rui Falcão, que foi um dos primeiros a doar.
O ex-presidente Lula, que doou R$ 1000, também fez propaganda da campanha, mas poucos petistas proeminentes participaram da vaquinha.
Entre os doadores estão os ex-ministros de Dilma Ricardo Berzoini e Aloizio Mercadante.
Nem todos os nomes dos apoiadores constam na página da campanha, mas todas as doações e a identidade dos doadores têm de ser registradas na plataforma de crowdfunding.
Esta semana, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), ingressou com uma representação junto à Procuradoria Geral da República (PGR) para questionar a legalidade da vaquinha.
Ele pediu que a campanha fosse suspensa, mas ainda não houve manifestação da PGR.
Uma das organizadoras da vaquinha, a advogado Guiomar Lopes, disse ao BuzzFeed Brasil que não recebeu nenhuma notificação sobre os questionamentos de Caiado.
"Espero que a suspensão não aconteça porque seria um absurdo. Esta é uma ação de solidariedade em virtude de uma medida descabida do governo interino", disse Guiomar.


Evaristo Sá/ AFP / Getty Images
A advogada se referiu à decisão do presidente interino Michel Temer, de proibir voos de Dilma pela FAB fora do trajeto Brasília-Porto Alegre, onde fica a residência particular da petista. O crowdfunding foi criado para juntar recursos para as viagens.


Evaristo Sá/ AFP / Getty Images