A indignação de muita gente acabou virando racismo na CPI da Covid

Precisamos separar as coisas.

Jefferson Rudy/Agência Senado

Na última terça (1º), os ânimos ficaram exaltados nas redes sociais com o depoimento da médica Nise Yamaguchi na CPI da Covid. Defensora do tratamento precoce com Cloroquina, a profissional de saúde mentiu e deu declarações falsas diversas vezes, como checou a agência Lupa para a Folha. Por outro lado, Nise foi vítima de racismo na internet.

"Tamagochi", "Pokémon da medicina", "Jaspion do mal"

Ao longo do dia, surgiram diversos apelidos maldosos para a médica, que tem ascendência oriental. Será que a gente precisa falar que, independente da veracidade e de quão perigosa possa ter sido a atuação de Nise no último ano, é um absurdo que ela ou qualquer outra pessoa seja vítima de racismo?

Outra coisa, caso alguém tenha esquecido: racismo é crime.

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A repórter Jéssica Nakamura, da Folha, citou o caso de Nise em um artigo publicado nesta quarta (2) e relembrou um dos primeiros questionamentos que recebeu ao ingressar na faculdade de jornalismo: um homem branco a abordou para perguntar se sua vagina era na transversal, assim como seus olhos.

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