Bolsonaro, por que pagamos tão caro por uma vacina?

O Brasil pagou 1.000% a mais pela Covaxin. M-I-L.

O governo Bolsonaro tem um novo escândalo: surgiram indícios de que a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, vacina contra o coronavírus produzida pela empresa indiana Bharat Biotech, foram superfaturadas. O valor total da compra foi de R$ 1,6 bilhão.

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Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), a Covaxin foi a vacina mais cara negociada pelo governo federal até agora: a unidade custou R$ 80,70, ou seja, quatro vezes mais que a AstraZeneca.

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De acordo com o Estadão, um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose).

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Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade. Ou seja: o Brasil pagou um preço 1.000% mais alto do que o estimado pelo próprio fabricante. Sim, MIL PORCENTO.

Todas as outras vacinas foram negociadas diretamente com seus fabricantes, já a Covaxin foi intermediada pela Precisa Medicamento. Vale dizer que, no último ano, a empresa foi alvo da operação Falso Negativo, que investiga a venda de testes rápidos contra a Covid-19 com valores superfaturados e qualidade inferior ao recomendado.

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Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, foi convocado a depor na CPI da Covid nesta quarta (23), mas não compareceu, afirmando que está em quarentena depois de uma viagem à Índia.

O deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF) teria alertado pessoalmente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as irregularidades na compra das vacinas. A CPI está investigando a informação.

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Na próxima sexta (25), a CPI da Covid irá ouvir Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde. Anteriormente, ele afirmou ter sofrido pressões para assegurar a compra das doses de Covaxin. E, então, poderemos entender melhor por que o governo Bolsonaro pagou tão caro pela vacina.

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