Conversamos com o cara que jogou Pokemón GO na linha de frente contra o ISIS

Louis Park está fazendo trabalhos voluntários há um ano e estava tão animado quanto qualquer um pelo jogo.

Acontece que a imagem foi tirada no Iraque pelo fuzileiro veterano Louis Park, de 26 anos.

Park é um dos vários americanos servindo como voluntários junto ao Dwekh Nawsha, um grupo local de assírios cristãos lutando contra o ISIS no Iraque.

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Após o fuzileiro ter sido enviado para o Afeganistão e para o Japão, Park passou algum tempo como segurança, mas decidiu ir para o Iraque lutar contra o ISIS em janeiro de 2015.

"Desde o Afeganistão, eu meio que perdi tudo", explicou Park para a revista Time no ano passado, detalhando como ele gastou suas economias de US$ 3.500 para comprar uma passagem, munição e um rifle Kalashnikov usado.

Ele quis inicialmente se juntar ao YPG, uma ramificação de um grupo de independência pró-curdos chamado PPK, considerado uma organização terrorista pelos EUA e pela Turquia. Mas um atraso na Alemanha sugeriu que ele poderia se alistar ao Dwekh Nasha, ao invés disso, e ele esteve com eles desde então.

Park disse ao BuzzFeed News em uma entrevista pelo Facebook Messenger que ele é fã da franquia Pokémon há muito tempo.

"O anime, o jogo de cartas, todos os jogos que saíram. Eu ainda tenho um emulador do jogo antigo no meu telefone", disse ele.

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Então, quando ele teve a chance de baixar Pokémon Go em seu Android, ele decidiu experimentar e gostou que tenha funcionado no Iraque.

The Pokemon Company/Nintendo

(Para aqueles que estavam preocupados com o fato de que Park estava usando o jogo no meio de uma zona de guerra, a situação não pareceu ser tão terrível.)

Niantic

Na maioria dos dias, disse Park, é bem calmo, graças à natureza enérgica da batalha, mas trocas de tiros não eram raras. "Recentemente, no dia 2 de julho, tivemos um conflito aqui", disse ele. "Mas não é constante. Na maioria dos dias, só fico no meu posto."

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Park explicou que postou a imagem em seu Facebook para mostrar às pessoas em casa que, apesar de tudo o que ele está passando, ele ainda é humano.

"Elas veem as mudanças negativas pelas quais eu passo, as experiências negativas", disse Park. "Eu fui atingido por um morteiro e, de alguma forma, sobrevivi. Eu só quero mostrar a elas que ainda tenho um pouco de humanidade."

Apesar da imagem dele capturando um Squirtle ter se tornado viral, disse ele ao BuzzFeed News, ele ficou irritado com um Bulbasaur como seu Pokémon inicial.

Louis Park, Niantec/BuzzFeed

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Ele também disse que não teve muita experiência com o jogo, apesar de ter estado de folga na semana passada.

"Não há muitas pessoas jogando perto de mim, mas há Pokestops e ginásios", disse ele. "Eu capturei um Zubat no mercado hoje."

E Park não apenas falou para os outros membros da sua unidade sobre o jogo, ele também viu outras pessoas ao redor da cidade jogando, provando novamente que Pokémon é realmente um fenômeno global.

Nintendo/The Pokemon Company

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