Como a maior empresa de cassinos do mundo está tentando entrar no Brasil

Las Vegas Sands opera um poderoso lobby, recebendo deputados nos Estados Unidos e se reunindo com autoridades do governo.

Em meio ao debate sobre a legalização dos jogos de azar no Brasil, a maior empresa de cassinos do mundo, a Las Vegas Sands, realiza uma ofensiva para entrar no mercado brasileiro.

Nos últimos meses, representantes da companhia receberam deputados brasileiros, em Las Vegas, e visitaram integrantes do governo Temer, em Brasília.

Erik de Castro / Reuters

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Em uma das audiências públicas para discutir a legalização dos jogos de azar, o vice-presidente de relações governamentais da empresa, Andrew Abboud, opinou sobre as especificidades da legislação no setor.

Em março, a subsecretária de Relações Intergovernamentais da Fazenda, Pricilla Maria Santana, viajou a Las Vegas para uma série de reuniões na Nevada Gaming Comission, órgão responsável por fiscalizar os cassinos.

Na sexta (12), representantes da empresa foram recebidos no Ministério da Fazenda.

Dono da empresa, o bilionário Sheldon Adelson confirmou o interesse a um site especializado. "Mas nós temos algumas preocupações em relação à economia do país", ele ressalvou.

Em maio, a Las Vegas Sands fez sua primeira operação financeira no Brasil. A empresa emitiu títulos que possibilitam a investidores interessados se tornarem sócios dela.

Gary Cameron / Reuters

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O papel, chamado BDR (Brazilian Depositary Receipts), equivale a ações da empresa negociadas na Bolsa de Nova York.

O deputado Guilherme Mussi (PP-SP), relator do tema na comissão especial da Câmara, esteve na comitiva que visitou Las Vegas em janeiro, e almoçou com o empresário.

"Ele falou que tem interesse em investir no Brasil contanto que haja uma legislação clara", disse o parlamentar ao BuzzFeed Brasil.

Divulgação

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Segundo Mussi, a preocupação de Adelson com as normas a serem adotadas no Brasil se justifica porque, caso um executivo da Las Vegas Sands se envolva em atividades ilícitas, ele pode perder suas licenças para operar em Las Vegas e em Cingapura, um dos países em que mantém um resort (foto acima).

O projeto estava na pauta do Senado desta terça (12), mas foi retirado a pedido do relator, o senador Fernando Coelho Bezerra (PSB-PE).

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